O que esperar da nova indústria transformadora angolana
A indústria transformadora em Angola está à beira de uma evolução substancial, conforme delineado no Plano de Desenvolvimento Industrial de Angola 2025 (PDIA 2025). Este plano ambiciona elevar a contribuição do sector industrial no PIB de 6,6% em 2017 para mais de 9% até 2025, evidenciando um compromisso com o crescimento sustentável e a inovação.
Hoje, os consumidores estão muito mais exigentes em relação à qualidade dos produtos, exigindo customização e preços competitivos, e seleccionando os fabricantes com base em critérios, como sustentabilidade e responsabilidade social. Neste contexto, desafios e oportunidades emergem para fortalecer a sustentabilidade do sector industrial. É imperativo desenvolver um ecossistema empresarial que enfatize a colaboração, inovação e competitividade, visando posicionar Angola como um líder no futuro industrial, com a indústria transformadora no seu núcleo.
A inovação, impulsionada por pesquisa e desenvolvimento, é fundamental para o avanço da indústria transformadora angolana. São importantes investimentos significativos nesta vertente, para a exploração de novos produtos e melhoria dos processos industriais. Isto envolve uma parceria estratégica com universidades e instituições de pesquisa, para promover a inovação tecnológica e desenvolver soluções que satisfaçam as necessidades do mercado e superem os desafios específicos do país, catalisando o progresso da indústria transformadora.
Tecnologias avançadas na transformação industrial
A integração de tecnologias avançadas é fundamental para estabelecer uma nova era industrial em Angola. Com a Indústria 4.0, a adoção de sistemas automatizados, Internet das Coisas (IoT), Inteligência Artificial associada a Big Data, Manufactura Aditiva, Cobots, entre outros são essenciais para otimizar processos produtivos e aumentar a eficiência.
O conceito de Indústria 4.0, contudo, vai além da integração dos processos associados à produção e distribuição, envolvendo, também, todas as diversas etapas da cadeia de valor: do desenvolvimento de novos produtos, como projecto, desenvolvimento, testes e até mesmo a simulação das condições de produção, até o pós-venda. Estas tecnologias não automatizam apenas tarefas repetitivas, mas também proporcionam análises preditivas que podem antecipar falhas de produção e otimizar a manutenção, resultando numa operação mais eficiente e reduzindo custos, principalmente em determinadas cadeias industriais.
O desenvolvimento da Indústria 4.0 envolve inúmeros desafios: investimento em equipamentos que incorporam essas tecnologias; à adaptação de layouts; adaptação de processos produtivos e de formas de relacionamento entre empresas ao longo da cadeia produtiva; criação de novas especialidades e desenvolvimento de competências; necessidade de melhorias no ambiente de negócios e na infra- -estrutura; ou programas de difusão tecnológica e aperfeiçoamento regulatório. Resumindo, um conjunto de aspectos que exigirão uma nova concepção de política industrial para o país.
A gestão eficiente é um pilar fundamental para o êxito da indústria transformadora, que exige a implementação de estratégias de gestão avançadas, desde a gestão da cadeia de suprimentos até as relações com clientes e inovação nos modelos de negócios. Também a adoção de sistemas integrados de gestão industrial, como os ERPs (Enterprise Resource Planning) e plataformas de automação industrial, são fundamentais para permitir que as indústrias angolanas façam a gestão de recursos de forma mais eficaz e baseiem as suas decisões em dados concretos.
Melhoria contínua de processos industriais
A melhoria contínua dos processos industriais é vital para aumentar a competitividade. A gestão eficaz e a melhoria contínua dos processos são essenciais para aumentar a produtividade e competitividade da indústria transformadora angolana. Para ajudar as empresas a alcançar altos padrões de eficiência, a responder com agilidade às mudanças do mercado e fomentar o seu poder de competitividade, é importante contar com sistemas de gestão da qualidade integrados com outros modelos como Lean Manufacturing, Just in Time e Six Sigma. Isto vai optimizar operações, reduzir desperdícios e melhorar a qualidade dos produtos.
Leia o artigo integral na edição 776 do Expansão, de sexta-feira, dia 17 de Maio de 2024, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)