Um "ENTER" ao desenvolvimento tecnológico
O objectivo da implementação da tecnologia é de melhorar a situação de vida dos angolanos, e tornar acessível o acesso às comunicações, aos serviços públicos, para que sejam visíveis os seus benefícios.
Em defesa desta reflexão começaria com a célebre frase de Steve Jobs, quando afirmou que "a tecnologia move o mundo".
Contra este facto não há argumentos para contrariar, simplesmente maravilhar-me com os passos que a tecnologia tem dado que surpreendeu até o próprio inventor
Por experiência própria como docente universitário, vejo que os estudantes mais desafiantes são aqueles que têm acesso a internet, pois têm mais espaço de manobra para investigar sobre a matéria dada e a matéria que está por dar. Aí, mais uma vez, constatamos o poder desta ferramenta (comparado ao sangue que corre nas veias) que, em todos os ambientes e sobre todas as coisas, se move com uma energia contagiante positiva e deslumbrante.
À comunidade académica, levanta-se o desafio de obter conhecimento tecnológico para a solução quantitativa e qualitativa, permitindo dar resposta à demanda da sociedade de hoje que se renova a cada minuto, pela convergência de sistemas sofisticados que transformam o nosso modus vivendi. No trabalho e noutras esferas, relacionamo-nos num mundo cada vez mais digitalizado e interconectado, levando-nos a espaços inimagináveis, responsáveis pela integração e fusão de tecnologias emergentes, tais como a inteligência artificial (IA), a internet das coisas (IoT), a computação em nuvem, a robótica avançada, a realidade artificial, capazes de nos proporcionar um ambiente muito dinâmico, onde o ecossistema funciona de maneira inédita.
Há países que apostaram no desenvolvimento tecnológico, por exemplo na rede 5G, impondo-se como uma das grandes evoluções tecnológicas do século 21, nas fábricas inteligentes para melhorar a eficiência e o custo-benefício das operações para colectar dados de tráfego, de pessoas, de infraestruturas, em tempo real; na saúde para compartilhar informações em tempo real em vídeo HD e uma assistência médica cada vez mais personalizada junto dos pacientes; no meio ambiente à redução das emissões globais, na monitorização de emissões de gases, na qualidade de ar, qualidade de água e outros indicadores, isto em tempo real.
A China tem-se revelado como força dominante na implementação da rede 5G, justificando o seu posicionamento entre as potências mundiais numa fase avançada quanto à implementação do 5G, com quase 3 milhões de estações de base e 500 mil casos de aplicação da tecnologia, sobretudo na indústria, seguida pelos Estados Unidos, o Japão a Coreia do Sul, o Canadá e a Austrália, que respondem por mais de 25% das conexões sem fio no mundo que utilizam esta tecnologia (segundo o relatório global da Bain & Company).
Eis o momento de apostarmos com verdade sem receio da nossa posição ou o quão distante estejamos. Pois o importante é caminhar com foco e objectivos bem definidos. Só assim podemos pensar em inovação em redes comerciais, em sectores emergentes, como na saúde, entretenimento, integração em sistemas de transportes, segurança pública e na gestão de energia, na automação industrial para melhoria da comunicação entre máquinas e sistemas de controle, o que poderá concorrer para o aumento da produtividade e redução dos custos operacionais; na educação para criar experiências de aprendizagem mais interactivas e acessíveis.
As dificuldades em Angola, identificadas como principais barreiras, estão na falta de infraestrutura adequada, dominada ainda por uma rede de telecomunicações limitada. Outra barreira está na baixa escolaridade no país, que limita a capacidade de os cidadãos aproveitarem as vantagens da tecnologia da quarta revolução industrial.
Ao órgão regulador das comunicações, o Instituto Angolano das Comunicações (INACOM), segundo a sua missão, passa pela regulação, supervisão e fiscalização do sector das comunicações e assegurar a qualidade de serviço num ambiente de concorrência saudável, para atender os interesses dos consumidores e operadores do mercado das comunicações electrónicas. O seu papel deve ser forte e impor-se como defensor da segurança e estabilidade da soberania, em benefício das famílias angolanas e das empresas.
Contudo, o objectivo da implementação da tecnologia é de melhorar a situação de vida dos angolanos, e tornar acessível o acesso às comunicações, aos serviços públicos, para que sejam visíveis os seus benefícios.
Portanto, temos de apostar no investimento consistente e massivo em infraestruturas para interligação do ecossistema digital, garantindo o acesso à conectividade; numa educação digital no sistema de ensino para o alcance de um desenvolvimento desejável, na busca incessante do conhecimento.