O trabalho sempre esteve presente na vida do ser humano e, desde cedo, o homem foi ensinado a trabalhar, mas nos dias que correm não somos ensinados a pensar na reforma, por isso, é momento de os recém-licenciados olharem para o mercado de trabalho e pós-trabalho, defendeu o professor que apresentou a oração de sapiência na cerimónia de outorga de diplomas.

João Saveira, professor universitário, que falava no acto de outorga de licenciados do Instituto Superior Politécnico Alvorecer da Juventude (ISPAJ), sublinhou que os estudantes não podem esquecer da reforma, porque o momento de pensar nela é agora. "Não é cedo para pensar na pós-carreira por alguns motivos: primeiro, o tempo passa muito rápido, segundo, todos queremos chegar à reforma, terceiro, a reforma poderá ser as melhores fases das nossas vidas, desde que tenhamos qualidade de vida e bem-estar e só podemos tê-la com autonomia e independência financeira".

O também psicólogo explica que, para que se tenha um envelhecimento activo, é necessário que se comece a pensar em poupar algum dinheiro agora, porque não se pode pensar em alcançar a velhice a depender apenas da Segurança Social. "Da mesma forma que pagamos os dízimos na igreja, temos de começar a pensar no dízimo da reforma, porque não há independência e autonomia se não tiver algum dinheiro nesta fase, para podermos levar a nossa vida de forma independente, quando não tivermos o nosso emprego ".

João Saveira acrescentou ainda que os estudantes também devem apostar na criação de empresas e na procura dela, porque a ausência de trabalho é fonte de tensão psicossocial e isso porque o trabalho cumpre uma série de funções psicossociais. "Desde que o mundo é mundo, o homem sempre trabalhou, a evolução da sociedade, o desenvolvimento do homem sempre esteve intrinsecamente ligado ao trabalho, então vamos trabalhar e pensar no amanhã depois de deixarmos o trabalho".

ISPAJ lança 2.748 licenciados para o mercado

O Instituto Superior Politécnico Alvorecer da Juventude (ISPAJ) lançou 2.748 licenciados para o mercado de trabalho nas áreas das engenharias, ciências sociais e económicas e de saúde. Um universo de 68% dos estudantes licenciados têm menos de 30 anos e, deste grupo, 65% são jovens do sexo feminino. Albertino Sebastião, director- geral da instituição, acredita que os recém-licenciados que o País recebe estão "dotados de competências teóricas, científicas e técnicas" e estão em condições de contribuir para o saber, o conhecimento científico, cultural, económico do País.

"Esta solenidade constitui um momento especial para a instituição, é fundamental para vida dos finalistas presentes, na medida em que representa a gratificação pela missão cumprida, pois é aqui apresentado o resultado de quatro e cinco anos, que reflectem o cumprimento das missões essenciais de uma instituição universitária, nomeadamente, o ensino, a investigação científica e a extensão universitária e agora o empreendedorismo, a inovação tecnológica", frisou Albertino Sebastião.

Para os desafios futuros, o responsável avança que a instituição quer apostar na dinamização da investigação científica, projectando a garantia de qualidade institucional e um aumento de serviços e cursos de acordo com o plano nacional de formação de quadro e as necessidades locais. "Continuaremos a investir seriamente no capital, sobretudo na melhoria da qualidade do docente, na qualificação, a lógica de formação docente, da profissionalização, a prática contínua e sistemática", frisou.