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Universidade

Falta de docentes na cadeira submete alunos a regime intensivo

FACULDADE DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE AGOSTINHO NETO

A regra para frequentar o 3.º ano na FE-UAN é não ter cadeiras do 1.º, nem do 2.º ano por fazer. Como não frequentaram estas cadeiras por falta de professores, a faculdade decidiu transitar os alunos para o 3.º ano com a condição de fazerem as cadeiras em atraso, num regime intensivo.

Os estudantes que estavam "impedidos" de frequentar o 3.º ano por não terem feito as cadeiras de Análise Matemática (AM1), (AM2), (AM3) e (AMIV) por falta de professores, na Faculdade de Engenharia da Universidade Agostinho (FE-UAN), vão transitar para o 3.º ano, mas terão de frequentar aquelas cadeiras em regime intensivo. A medida, que faz parte de uma deliberação da direcção da faculdade, abrange 120 estudantes de três turmas, pertencentes aos cursos de Engenharia Química, Mecânica e Engenharia de Petróleos, que ingressaram no ensino superior em 2020.

"A dificuldade que havia era a falta de professores destas disciplinas, então tivemos de encontrar esta solução para evitar que os estudantes ficassem sem frequentar o 3.º ano, pois mais vale fazer o curso intensivo do que reprovar", explica o vice-decano para a área académica da Faculdade de Engenharia da Universidade Agostinho Neto. Fabião Tulukeno admite que não deveria ser assim, porque cria constrangimentos na assimilação e no rigor que se exige por estarem a frequentar o 3.º ano e ainda terem de fazer uma cadeira que já deveria estar concluída, mas, "de uma ou de outra forma tinha de se encontrar uma solução".

"Neste ano lectivo 2022/23, a instituição já conta com mais um professor das áreas da matemática. Contudo, esperamos o concurso público para o ingresso de novos professores para ultrapassar situações do género", acrescentou. Questionado sobre o período do curso intensivo, o vice-decano da faculdade disse que ainda não há datas, mas brevemente virá no programa especial das ciências básicas, tal como aconteceu no programa especial da época da pandemia.

De acordo com o regulamento do Instituto Nacional de Gestão de Bolsas de Estudo (INAGBE), um bolseiro não pode ter cadeiras em atraso ou reprovar para não perder a bolsa. No entanto, os estudantes que estão nesta situação deverão fazer a confirmação para o 3.º ano e depois apresentar o comprovativo e a deliberação da faculdade ao INAGBE para evitar o cancelamento da bolsa.

Estudantes vão redobrar esforços

Apesar de admitirem não haver outra alternativa, os estudantes lamentam a medida porque terão de fazer um esforço redobrado ao ter de frequentar as outras quatro cadeiras de anos transactos, embora de forma intensiva. "Também seria complicado ir para o 3.º ano sem nenhuma noção das cadeiras que vamos frequentar em formato intensivo, mas a verdade é que as coisas vão estar mais apertadas do nosso lado, mesmo estando isentos de culpas", explica Jorge dos Santos, estudante do curso de Engenharia Mecânica.

Maria Rodrigues, estudante do curso de Engenharia Química, corrobora com Jorge dos Santos sobre os esforços redobrados, mas congratula-se com a medida, porque "finalmente" vão frequentar o 3.º ano. "Não somos culpados pelo facto da instituição não ter professores para estas disciplinas, mas no final das contas os mais lesados somos nós, porque acredito que essa formação intensiva não vai ser suficiente para abordarmos estas cadeiras. Mas, enfim! Vamos à luta", desabafa.

Recorde-se que os estudantes do 2.º ano dos cursos de Engenharia, Química, Mecânica e do Petróleo, da Faculdade de Engenharia da Universidade Agostinho Neto (FEUAN) estavam impedidos de transitar para o 3.º ano por não terem frequentado as cadeiras de Análise Matemática (AM1), (AM2), (AM3), e (AMIV) por falta de professores. A regra para frequentar o 3.º ano na FE-UAN é não ter cadeiras do 1.º e nem do 2.º ano por fazer. A faculdade conta com os cursos de Engenharia Civil, Electrónica e Electrotecnia, Informática, Mecânica, Química, Minas e Engenharia de Petróleo.