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"Há muitos artistas na Huíla, mas o mercado é muito desvalorizado"

JOÃO CASSANDA

Apresentou em Luanda, em tela, a felicidade do povo Mumuíla, do sul do País e, apesar de concorrer para a categoria Prémio Juventude, o jovem artista arrebatou o grande prémio ENSA Arte 2024. Fazer uma formação na área das artes plásticas é um dos seus objectivos, revelou ao Expansão.

É o grande vencedor do prémio ENSA Arte 2024. O que o prémio significa para si e para a sua carreira?

O prémio ENSA Arte significa uma grande conquista, valorização da minha carreira e uma grande oportunidade para alcançar níveis mais altos.

Esperava ganhar o prémio?

Na verdade, não esperava ganhar o grande prémio, mas tinha esperança de poder ganhar o prémio da categoria em que concorri, pois conheço o meu trabalho e a qualidade.

E concorreu para qual prémio?

Concorri para o prémio juventude, onde a maior parte dos jovens concorreram, então, estava mais atento ao prémio juventude. Mas pelas informações que tive, pela qualidade do trabalho que apresentei, deram a oportunidade de ganhar um prémio que estava muito além do meu pensamento.

Acha que os prémios acabam por incentivar os fazedores de arte?

De facto os prémios incentivam muito, porque quando ganhamos um prémio notamos que o nosso trabalho está a dar um fruto. E é muito bom quando vivemos do que amamos, porque se hoje plantamos uma árvore, esperamos que a mesma nos dê frutos.

Como e quando nasce o seu interesse pela arte?

Desde que me conheço como pessoa que sempre amei desenhos, quando criança fazia desenhos a lápis. Mas despertei quando comecei a apreciar alguns desenhos hiper-realistas de alguns artistas internacionais. Profissionalmente comecei a fazer pintura em 2019.

Como é a pintura como arte na Huíla? Há mercado?

Há muitos artistas na Huíla, mas o mercado é muito desvalorizado, se não fores forte és obrigado a baixar a tua qualidade para se adaptar aos baixos preços que alguns se dispõem a pagar. Não há galerias para expor as nossas obras.

Quais são os preços dos seus quadros?

Normalmente os meus quadros variam de 50 mil Kz em diante. Mas na Huíla o preço máximo que já vendi foi de 100 mil Kz. Já os quadros que vendi acima de 100 mil Kz foram comprados por pessoas de Luanda na Huila. Por isso consigo concluir que em Luanda há mais valorização, procura e clientes disponíveis a pagar pelos preços que achamos justos.

O que seria prioritário para divulgar mais a arte na Huíla?

A prioridade seria mesmo a abertura de uma boa galeria de arte para a exposição das obras.

Muitos artistas do País, que não são de Luanda, só tiveram maior visibilidade e reconhecimento em Luanda. Também sente essa necessidade?

Sim, vejo que Luanda é a cidade angolana que mais aprecia e valoriza a arte, mas isso não pode ser uma desculpa para não fazermos um bom trabalho. Agora, ir a Luanda pode ser uma consequência, vamos deixar o tempo passar. Ser for necessário, sim, vou a Luanda, mas penso que para sobressair não preciso de estar em Luanda. Mas se por ventura surgir uma oportunidade...

"Mumuíla feliz" é o tema da obra vencedora. Que mensagem traz essa obra? Quanto tempo levou para concluir?

A obra vencedora "Mumuíla Feliz" retrata a humildade e simplicidade do povo Mumuíla residente no sul de Angola, que mesmo com tantas dificuldades que tem enfrentado consegue manter um sorriso lindo que demonstra a sua felicidade. Fiz a obra para alertar as pessoas que não precisamos de muito para ser feliz. A obra foi produzida no período de tempo de dois meses.

Como é o seu processo criativo?

Crio a ideia sobre o que a minha obra vai retratar, que lição vai passar para a sociedade, faço fotos sobre o mesmo e materializo isso através de uma tela com tinta e pincel.

Quais são as técnicas que usa? E porquê?

Uso a técnica óleo sobre tela, porque amo o resultado e a luminosidade que proporciona.

Já participou de alguma mostra colectiva?

Infelizmente não.

Leia o artigo integral na edição 776 do Expansão, de sexta-feira, dia 17 de Maio de 2024, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)

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