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Análise

A biotecnologia aplicada à agricultura angolana - o mito dos transgénicos

ANÁLISE

A biotecnologia é uma ferramenta importante e indispensável que pode valorizar produções e produtos, numa agricultura que se pretende e define, cada vez mais, sustentável e amiga do ambiente. O uso de transgénicos, à semelhança de muitos outros países, nomeadamente os países vizinhos, poderá ser uma das soluções para o aumento da produção a curto/médio prazo.

Nos últimos anos, têm-se vindo a intensificar as discussões e reflexões, a nível mundial, sobre o aumento da produção agrícola. Este debate vem, no nosso País, ao encontro das orientações do Executivo no sentido de se diversificar a economia e reduzir a nossa dependência do petróleo.

O ambiente e as alterações climáticas, a preservação da biodiversidade e dos recursos naturais, a saúde e segurança alimentar são preocupações permanentes da sociedade actual que convive, simultaneamente, com o desafio do aumento acelerado da população mundial, da crise alimentar e da perspectiva de insegurança alimentar, em várias regiões do globo.

Para fazer face a esta situação, e conhecendo bem as perspectivas de mais de 9,5 biliões de pessoas em 2050, muito se tem investido em investigação na saúde, no ambiente, na agricultura. A biotecnologia é, pois, uma ferramenta importante e indispensável que pode valorizar produções e produtos, numa agricultura que se pretende e define, cada vez mais, sustentável e amiga do ambiente.

Um dos pontos mais controversos na aplicação da biotecnologia, é o uso dos transgénicos, apesar da sua utilização de mais de três décadas. Apesar do enorme potencial na produção de vegetais com as mais diversas características, apenas são utilizadas presentemente algumas variantes comerciais de milho, soja e algodão, que têm duas características fundamentais: ser resistentes aos herbicidas e tóxicos para alguns insectos.

Este tempo permitiu que os transgénicos tivessem, hoje, um amplo consenso científico internacional, como foi demonstrado em 2016, na análise de 900 estudos científicos sobre o impacto deste tipo de culturas e supervisionado por um painel de especialistas independentes.

A discussão realiza-se, hoje, mais num foro ideológico do que científico, em particular nos domínios que se relacionam com a saúde, o ambiente e a agricultura. Relativamente à saúde e segurança alimentar, os alimentos transgénicos comercializados (todos com base em cereais OGM) têm sido sujeitos a controlos, inclusivamente por imperativos legais, sem que o facto de serem transgénicos represente um risco superior para o consumidor, comparativamente ao alimento convencional.

*Engenheiro Agrónomo


(Leia o artigo integral na edição 545 do Expansão, de sexta-feira, dia 11 de Outubro de 2019, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)