Aumento da esperança média de vida e da escolaridade vale subida no IDH
Entre os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa, Guiné-Equatorial (133.º), Cabo Verde (135.º) e São Tomé e Príncipe (141.º) estão na lista de países com desenvolvimento humano "médio". Guiné-Bissau (174.º) e Moçambique (182.º) ainda estão incluídos na categoria mais baixa.
Angola subiu da posição 150 para 148 (entre mais de 190 países) no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), segundo o relatório de 2025 produzido pelo PNUD - Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. A ligeira evolução, que mantém Angola como "país de desenvolvimento médio", baseia-se principalmente nas melhorias registadas na esperança média de vida e nos anos de escolaridade.
Se o período sem conflitos armados, desde 2002, tem algum efeito na evolução das capacidades dos angolanos, os dados compilados pelo PNUD também permitem identificar algumas tendências que recuam a 2000. Por exemplo, a esperança média de vida aumentou 18,8 anos entre aquela altura e 2024 (período a que se refere o estudo). Actualmente, a esperança média de vida em Angola está fixada nos 64,6 anos, mas era 61,9 em 2023 e 46,0 em 2000 (ver tabela).
Em relação aos anos de escolaridade, a média é ainda baixa e continua abaixo da escolaridade obrigatória e gratuita (9 anos), o que é demonstrativo das dificuldades e desafios que o sector enfrenta. Entre 2023 e 2024 os anos de escolaridade aumentaram apenas 0,2%, uma evolução pequena e que ainda está longe das necessidades do País.
Neste sector, entre 2006 e 2024, a média de escolaridade saltou de 3,4 anos para os 6,0. Também a desigualdade de rendimentos aumentou, segundo divulgou o PNUD durante a apresentação do relatório em Angola, um evento que aconteceu na quarta-feira, 21, em Luanda - os 10% mais ricos do País têm acesso a 40% do rendimento nacional, enquanto 40% dos mais pobres só recebe 11,5%.
Uma desigualdade gritante e que é visível todos os dias, especialmente no meio rural. Entre os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), Guiné-Equatorial (133.º), Cabo Verde (135.º) e São Tomé e Príncipe (141.º) estão na lista de países que registaram um desenvolvimento humano "médio". Guiné-Bissau (174.º) e Moçambique (182.º) são PALOP que ainda estão incluídos na categoria de desenvolvimento humano baixo.
A lista é encerrada pelo Sudão do Sul na ú ma posição (193.º). Os melhores classificados são a Islândia (1.º), Noruega, Suíça, Dinamarca e Suécia. O top-10 é fechado pela Alemanha, Austrália, Hong-Kong, Holanda e Bélgica. No grupo de países que fazem parte da Comunidade de Países de Língua Portuguesa, Portugal é o único na categoria de desenvolvimento humano "muito elevado" e o Brasil é o único em "elevado". No geral, o relatório de 2024 associa os efeitos da Inteligência Artificial (IA) à es bretudo, a um potencial por aproveitar ao nível das tecnologias. Segundo o PNUD, em Angola o potencial de serviços e novas soluções associadas à IA está centrado na saúde, agricultura e educação. Mas para aproveitar totalmente as vantagens da IA é preciso internet, educação, literacia digital.
Em África, 73% da população não tem acesso à internet e 48% continua sem acesso a cuidados de saúde. 30% das crianças continuam longe das principais infraestruturas escolares e percorrem diariamente cerca de 20 Km diários para frequentar uma instituição de ensino.
Leia o artigo integral na edição 827 do Expansão, de Sexta-feira, dia 23 de Maio de 2025, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)