Saltar para conteúdo da página

Logo Jornal EXPANSÃO

EXPANSÃO - Página Inicial

Angola

Construção e reabilitação de estradas e electrificação continuam a ser as prioridades

PROGRAMA DE INVESTIMENTOS PÚBLICOS CAI EM 2023 FACE AO EXECUTADO EM 2022

O Governo Provincial de Benguela ultrapassa Luanda e será o que vai gerir mais verbas do PIP em 2023. Já do lado dos Ministérios, o da Energia e Águas continua a ser o que mais vai ter "kumbu" ao abrigo dos investimentos públicos que, se forem bem projectados, construídos e fiscalizados, são considerados "boa despesa".

À semelhança de outros anos, a construção e reabilitação de estradas, a electrificação do País e a distribuição de água continuam as ser as prioridades do Programa de Investimentos Públicos (PIP). Para 2023, de acordo com a proposta de Orçamento Geral do Estado, os investimentos públicos, que se forem bem projectados, construídos e fiscalizados são considerados "boa despesa", terão uma factura global de 2,8 biliões Kz. Se a comparação for feita com a previsão de despesa do PIP no OGE 2022 há um aumento de 59% face aos 1,8 biliões Kz inscritos, mas essa não é a forma mais correcta de comparação já que deve encarada a execução da despesa.

Na perspectiva da comparação 2022 executado/ previsão despesa 2023, segundo cálculos do Expansão, o Programa de Investimentos Públicos cai face ao ano em que decorreram as eleições gerais. Isto porque olhando para o quadro Balanço Macro-Fiscal da proposta de OGE 2023, nas Despesas de Capital, onde se encontra a Aquisição de Activos Não Financeiros e, por sua vez, o PIP, é possível verificar que no ano passado se verificou uma derrapagem orçamental no investimento público de cerca de 60%, já que em Despesas de Capital foram gastos quase 3,2 biliões Kz em vez de os quase 2,0 biliões inscritos no OGE.

Mas na proposta de OGE 2023 é possível encontrar dados de execução do PIP em dois locais distintos no relatório de fundamentação. Um no já citado quadro Balanço Macro-Fiscal, cujos dados são mais actuais pois foram produzidos em Novembro quando o Executivo fez a habitual reprogramação macroeconómica para construir o OGE do ano seguinte. E o outro é uma referência directa ao PIP, com o relatório a indicar que no final do mês de Setembro de 2022 "integrava um total 3.939 projectos, dos quais 971 a nível central e 2.968 a nível local.

Do total dos projectos, o valor em execução, no final de Setembro, fixava-se" em 2,6 biliões Kz dos quais 76,4% já tinham sido liquidados, equivalente a quase 2,0 biliões. Acresce que em nenhum lado é possível apurar que obras estão já devidamente realizadas ou em que pé está a execução dos projectos, levantando muitas questões e dúvidas sobre projectos que, por exemplo, estão inscritos ano após ano nos diferentes OGE, alguns deles anteriores a 2015. Em 2023, os ministérios e órgãos centrais vão gerir 86% das verbas destinadas ao PIP, de acordo com contas do Expansão com base na proposta de Orçamento Geral do Estado OGE que começa a ser discutido na Assembleia Nacional esta sexta-feira.

O Ministério dos Transportes é o que vai ter o projecto mais caro já que o Executivo fez novamente da Construção do Novo Porto Caio em Cabinda uma prioridade, uma obra que tem vários avanços e recuos desde que foi entregue à sociedade Caioporto, cujo principal accionista era o empresário suíço-angolano Jean-Claude Bastos de Morais, que chegou a estar detido em Angola no âmbito de suspeitas de crimes na gestão de activos do Fundo Soberano de Angola (FSDEA). Para 2023, o Executivo inscreveu 340,5 mil milhões Kz para este projecto, equivalente a 676,8 milhões USD ao câmbio desta terça-feira, valor próximo do que foi sucessivamente anunciado ao longo dos anos como o valor total da obra, 800 milhões USD.

Entre os 10 principais projectos do PIP 2023, o Ministério dos Transportes terá a seu cargo também uma verba de 89,1 mil milhões Kz para o Novo Aeroporto Internacional de Luanda (NAIL), um projecto que está há vários anos a receber verbas e que já terá superado os 6.000 milhões USD de gastos do Estado, entre construção, fiscalização e acessos, de acordo com cálculos do Expansão a partir de contratos registados em Diário da República.

(Leia o artigo integral na edição 707 do Expansão, de sexta-feira, dia 13 de Janeiro de 2023, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)

Logo Jornal EXPANSÃO Newsletter gratuita
Edição da Semana

Receba diariamente por email as principais notícias de Angola e do Mundo