Conta Única do Tesouro fecha 2024 em mínimos históricos
As finanças públicas estão a ser geridas no "fio da navalha", já que o Governo teve grandes dificuldades no ano passado para garantir o financiamento ao OGE dentro dos níveis de sustentabilidade e proceder ao cumprimento das suas obrigações com a dívida e com os salários dos trabalhadores do Estado.
A Conta Única do Tesouro (CUT) atingiu no final de Dezembro o valor mais baixo de sempre, com um total de 127.431 milhões Kz, valor que não chegava para pagar metade das despesas mensais com a função pública que o Governo previu para este ano, de acordo com cálculos do Expansão, com base nas estatísticas monetárias do Banco Nacional de Angola (BNA) e no Orçamento Geral do Estado para 2025.
Para este ano, o Executivo prevê um crescimento de 43% nas despesas com pessoal, ao passar de quase 2,8 biliões Kz do OGE 2024 para quase 4,0 biliões Kz em 2025, um crescimento que resulta, em parte, do ajuste dos salários da função pública na ordem dos 25%. Entretanto, e furando as expectativas dos trabalhadores do Estado, o Governo decidiu adiar para Março esse aumento, ainda que contemple os retroactivos de Janeiro e Fevereiro, mas caso não o tivesse feito teria de pagar cerca de 305 mil milhões Kz (valor médio do total da despesa com pessoal a dividir por 13 salários).
O facto de a Conta Única do Tesouro estar tão em baixo no final de 2024 é a consequência da pressão que existe sobre as finanças públicas para que seja cumprido o serviço da dívida para evitar eventuais defaults, já que é desta conta (que recebe as receitas fiscais do Estado) de onde saem os pagamentos para os credores, mas também para os salários da função pública....
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