Número de passageiros nos aeroportos caiu e é inferior aos níveis pré-pandemia
O tráfego de passageiros doméstico foi o que registou maior movimentação nos aeroportos do País, com 1,5 milhões passageiros, ao passo que o internacional registou 1,4 milhões de passageiros. O melhor registo do País foi em 2010, com um tráfego de 5,8 milhões de passageiros.
O tráfego aéreo de passageiros registou uma queda 1% para pouco mais de 2,8 milhões de passageiros, menos 31 mil passageiros face aos 2,9 milhões registados em 2023, de acordo com cálculos do Expansão com base nos dados divulgados pela Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC).
O movimento de passageiros nos aeroportos não só caiu como também continua longe dos números alcançados no período pré-pandemia. Por exemplo, em 2017, o País registou, de entradas e saídas das portas dos aeroportos, cerca de 3,6 milhões de passageiros, o que significa que se compararmos com os dados actuais, estamos a falar de menos 710 mil passageiros.
Ainda assim, o melhor registo que o País já teve foi em 2010, quando registou um tráfego total, entre voos domésticos e internacionais, de 5,8 milhões de passageiros. Já o pior registo, verificou-se em 2020, com apenas 886 mil passageiros, num ano considerado como o pico da pandemia da covid-19.
Os números surgem numa altura em que ainda se fala muito do novo aeroporto internacional Dr. António Agostinho Neto (AIAAN), que custou cerca de 7,5 mil milhões USD com um discurso de ser um hub para África. Tal como defende o consultor em aviação, aeroportos e turismo, Pedro Castro, Angola ainda "precisa de criar, neste país tão vasto, mais portas de entrada" e "não um novo aeroporto internacional com aquela dimensão" (ver página 20).
"A última coisa que precisávamos era do novo aeroporto em Luanda. Não era uma coisa necessária! Precisávamos que este aeroporto (4 de Fevereiro), que está bem localizado, fosse redimensionado, tornando o terminal algo muito mais prático", disse, argumentando que se devia olhar para outras partes do País e não apenas para Luanda.
Se o movimento de passageiros caiu no ano passado, o mesmo não aconteceu com o tráfego de cargas. Em 2024, o País registou 38,8 mil toneladas de cargas transportadas a nível doméstico e internacional, mais 7,8 mil toneladas face a 2023. Ainda continua abaixo dos níveis pré-pandémicos.
Assim, em 2024, o tráfego de passageiros doméstico foi o que registou maior movimentação, com 1,5 milhões passageiros, ao passo que o movimento intencional ficou em quase 1,4 milhões de passageiros. Já em termos de cargas, sem surpresa, o tráfego é dominado pelos voos internacionais detendo 95% do tráfego (com 37,8 toneladas), ao passo que o doméstico movimentou apenas 1,8 toneladas (5%). Na base está o facto de o país ser predominantemente importador, o que torna o tráfico internacional de mercadorias mais movimentado em relação ao doméstico.
País conta 19 aeroportos
Os dados da ANAC apontam que Angola tem um total de 26 aeródromos, dos quais 19 são aeroportos, segundo cálculos do Expansão. Entretanto, nem todos estão em boas condições, e muitos deles inoperantes, já que há muito se fala da falta de investimentos em aeroportos fora de Luanda, o que tem dificultado as viagens domésticas.
Ainda assim, apenas três aeroportos têm certificação para receber voos internacionais, nomeadamente, 4 de Fevereiro de Luanda, Paulo Teixeira Jorge (Catumbela- Benguela) e o novo aeroporto internacional Dr. António Agostinho Neto. Mas apenas o de Luanda e o da Catumbela, estão prontos para receber voos internacionais até ao momento.