Angola online, mas usuários reclamam que os serviços estão sempre offline
Seis anos depois de serem instalados os primeiros pontos de acesso à internet gratuita nas ruas da capital do País, os utilizadores reclamam que os serviços em muitos pontos ainda estão inactivos e naqueles onde funciona a internet é lenta.
Os usuários foram unânimes quanto à fraca qualidade e à inconsistência do serviço. Conforme o jovem Pedro, a internet gratuita não proporciona apenas momentos de entretenimento aos usuários, mas também facilita as pesquisas para a realização de trabalhos académicos. Por isso, sublinha a importância da disponibilidade e melhoria desses serviços. Por sua vez, Janeth Job diz que nunca teve a sorte de usufruir da internet grátis no Largo das Escolas. "Aqui os serviços estão sempre offline", revelou.
Numa ronda feita pelo Expansão, na quarta-feira, dia 6, dos cinco pontos visitados apenas no do Marco Histórico do Cazenga o serviço Wi-Fi estava disponível. No largo das Escolas era impossível obter endereço IP (Protocolo da Internet). No Largo da Igreja São Domingos, no Imbondeiro do Cazenga e no Largo da Sagrada Família os serviços do Angola Online não eram reconhecidos, assim como se verifica nos mais diversos pontos de Luanda, conforme constatou o Expansão.
Em resposta a questões colocadas pelo Expansão, o gabinete de comunicação do Instituto Nacional de Fomento da Sociedade da Informação (INFOSI) fez saber que a falha de sinal em alguns pontos tem a ver com problemas técnicos resultantes de constrangimentos no fornecimento de internet e energia, que são regularmente resolvidos, bem como de vandalismo que muitos lugares têm sofrido.
De acordo com a instituição, a nível orçamental, o projecto sofreu uma "suspensão significativa", face às restrições financeiras impostas pela crise económica, o que influencia o seu desempenho, bem como a sua expansão de forma mais acelerada.
Actualmente 16 províncias e 27 municípios já têm pontos do Angola Online, sendo que 16 escolas e três instituições de ensino superior estão a beneficiar do acesso à internet gratuita. A capital do País lidera, com 52 pontos de internet distribuídos pelos vários distritos da província.
Em 2018, o projecto tinha disponíveis 12 megabytes em cada ponto de acesso. Passado dois anos, houve um aumento para 50 Mpbs de velocidade, mas o alcance continua a cobrir um perímetro de 300 metros.
"O nosso foco é aumentar a disponibilidade dos pontos, mas actualmente pelos nossos indicativos a capacidade dos pontos tem atendido à demanda", destaca o INFOSI. Apesar de não existir uma linha que limite o número diário de pessoas, cada utilizador tem apenas duas horas por dia para usufruir da internet grátis. A média mensal é de 12.700 utilizadores a nível nacional.
Dentro do plano de expansão do projecto Angola Online, os próximos serviços de acesso serão instalados em 11 províncias. As províncias do Zaire, Lunda Norte vão beneficiar de quatro pontos, cada. Já nas províncias do Huambo, Cabinda, Cuando Cubango, Huíla, Malanje, Moxico, Uíge e Lunda Sul serão instalados dois pontos, respectivamente, e, por sua vez, na província de Benguela será instalado um ponto de acesso.
(Leia o artigo integral na edição 606 do Expansão, de sexta-feira, dia 8 de Janeiro de 2021, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)