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Angola

"E agora, daqui para a frente, é preciso continuar."

DEPOIMENTO 13º ANIVERSÁRIO

Ricardo Viegas D" Abreu, ministro dos transportes, destaca ainda que o Expansão "criou eventos inovadores que marcaram a agenda económica e mediática e que ainda hoje são anualmente aguardados pelo grande público, como o Fórum Banca, o Fórum Seguros e o Fórum Indústria, entre outros."

Antes de mais as minhas felicitações pelo 13.º aniversário do jornal Expansão. Recuando ao tempo em que surgiu em Angola esta inovadora publicação, recordo que vivíamos um ciclo de crise derivado do comportamento dos mercados financeiros internacionais, com impacto transversal na economia real e sobre o preço do petróleo, o que nos conduziu à assinatura do primeiro programa com o FMI, o chamado Acordo de Stand-by, que terminámos com sucesso em 2012. O interessante deste episódio não foi o acordo com o Fundo Monetário Internacional, mas sim o espírito empreendedor que deu origem a esta publicação.

Passados 13 anos sabemos que em tempo de crise também surgem oportunidades e que cada um de nós as deve mapear para optimizar os seus projectos, o seu trabalho e os seus resultados. Inclusive porque as crises são cíclicas e há que as aproveitar nesta perspectiva.

Mais interessante ainda foi o facto de se ter empreendido de forma inovadora, criando uma linha editorial focada na economia e nas finanças do País. Havia naquela altura um único título público, propriedade das Edições Novembro. Com o Expansão surgiu um jornal privado, que esgrimia argumentos difíceis, que procurava atrair jornalistas de especialidade, ter acesso a informação tempestiva e de circulação restrita e lançar-se na publicação de análises da situação macroeconómica e financeira nacional.

Criaram eventos inovadores que marcaram a agenda económica e mediática e que ainda hoje são anualmente aguardados pelo grande público, como o Fórum Banca, o Fórum Seguros e o Fórum Indústria, entre outros. São marcas importantes da audácia e da vontade de se edificarem bases sólidas no ramo da informação económica e financeira, que está muito dependente dos seus agentes e chega hoje à velocidade da luz aos quatro cantos do Mundo.

13 anos depois conseguiram-se preservar alguns valores importantes, para que não se perdesse a credibilidade e se construísse um órgão de informação válido, que apresenta semanalmente assuntos económicos pertinentes do nosso quotidiano. Vivemos tempos de grandes desafios, em que o desenvolvimento tecnológico testa e provoca todas as formas de saber informar e de informar com verdade.

Hoje as redes sociais, os órgãos de informação digital - dos quais em muitas situações mal conhecemos a sua origem ou fonte de licenciamento -, a proliferação de fazedores de notícias que muitas vezes nem habilitações têm para efectuar análises coerentes e assertivas sobre os fenómenos da economia e da sociedade, nem carteira profissional ou certificação para o fazerem possuem, cria um novo patamar de desafios. Sobretudo, o de não se cair na tentação do vulgar e do imediatismo.

E porque o Expansão não o tem feito e se tem mantido à altura das expectativas do seu público leitor, felicito os empreendedores e profissionais deste órgão de informação, que o procuraram preservar de tentações e alinhamentos editoriais duvidosos.

O nosso País, a nossa sociedade, a nossa economia, a nossa política, precisam de muita coisa. Mas também precisa de jornalismo sério e de informação de qualidade. É esse o vosso papel e de todos os profissionais desta actividade tão importante para o País.

Bem-haja ao Expansão e à sua equipa.

E agora, daqui para a frente, é preciso continuar.

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