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África

Líderes regionais dos Grandes Lagos acreditam na paz na RCA através do diálogo entre forças vivas

Mini-cimeira em Luanda

Uma mensagem de esperança e de paz através do diálogo entre as forças vivas da República Centro-Africana (RCA), com respeito pela ordem constitucional, saiu esta tarde da mini-cimeira dos Chefes de Estado e de Governo da Conferência Internacional para Região dos Grandes Lagos (CIRGL), que reunidos em Luanda, concluíram estar reunidas as condições para uma nova fase de acções de pacificação.

A segunda reunião dos Chefes de Estado e de governo, que terminou esta tarde, analisou a informação sobre os resultados das consultas político - diplomáticas levadas a cabo pelo governo de Angola em torno da situação política e de segurança na República Centro-Africana, apresentada por João Lourenço, presidente em exercício da CIRGL.

Para João Lourenço "há necessidade das forças rebeldes e a oposição civil corresponderem ao gesto de boa vontade do presidente da República Centro-Africana, Faustin Touaderá. Estamos agora perante a possibilidade de definir um quadro, no âmbito do qual se deve pôr em acção os mecanismos alcançados com a oposição armada", indicou o actual líder em exercício da CIRGL.

No discurso de encerramento, João Lourenço explicou que "no quadro dos referidos mecanismos a oposição armada aceitou abandonar a via da guerra, para participar na materialização de um processo sério de desarmamento, desmobilização, reinserção e reintegração".

O líder da CIRGIL disse acreditar que estão reunidas as condições para se iniciar uma nova fase de acções de pacificação da RCA, em que o Governo legítimo, liderado por Touaderá, terá o papel crucial na condução de todos os actos que levem à concretização das disposições estipuladas no acordo de Cartum, o Acordo Político para a Paz e a Reconciliação, assinado em Cartum, capital do Sudão, em 2019, entre o Governo da RCA e representantes de 14 grupos armados, que controlam parte do território daquele país, num entendimento negociado sob a égide da União Africana.

João Lourenço manifestou-se convencido que o interesse e o engajamento dos países da região na resolução do conflito na RCA não se vai alterar, tendo em vista a observância dos compromissos assumidos de sustentabilidade da paz.

O anfitrião deixou claro que a única motivação que está na base das diligências feitas pelas presidências da CIRGL e da Comunidade Económica dos Estados da África Central (CEEAC) é a de contribuir para a resolução definitiva do conflito na RCA.

"A liderança deste processo deve ser assumida pelo próprio país, a RCA. Nós estaremos ao seu lado, para dar todo o apoio necessário, para o sucesso deste desafio que acreditamos estar cada vez mais próximo do seu feliz desfecho", assegurou o líder da CIRGL.

O encontro observou também a necessidade de se realizarem diligências junto dos países membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, a favor do levantamento definitivo do embargo de armas sobre a RCA.

Esta é segunda reunião realizada por iniciativa do Chefe de Estado angolano, João Lourenço, na qualidade de presidente em Exercício da CIRGL. Estiveram presentes em Luanda e participaram do encontro os Presidentes da República Centro-Africana, Faustin Touaderá; do Rwanda, Paul Kagame; do Congo, Dennis Sassou Nguesso, e do Conselho Soberano de Transição do Sudão, Abdul Fatah al-Burhan, bem como delegações de alto nível, em representação do Tchad, Camarões e República Democrática do Congo.