Saltar para conteúdo da página

Logo Jornal EXPANSÃO

EXPANSÃO - Página Inicial

Economia

Estabilidade macroeconómica acelera, mas a diversificação e a inflação ficam penduradas

Balanço do programa do FMI

Até onde é que socialmente deve ir a austeridade? O programa do FMI trouxe inúmeras reformas ao País, mas ainda não se reflete na melhoria da qualidade de vida dos angolanos. O País está hoje mais pobre, os angolanos também, mas a máquina do Estado está melhor preparada para os desafios do futuro.

A estabilidade macroeconómica foi o grande ganho de Angola com o programa de financiamento ampliado do Fundo Monetário Internacional (FMI) que agora terminou com a sexta avaliação, mas a economia angolana contínua vulnerável por estar refém do petróleo. Diversificação económica, criação de emprego formal e combate à inflação continuam pendurados.

Em termos gerais, o programa de austeridade que trouxe inúmeras reformas ao país - a preparar o futuro - não se reflecte na qualidade de vida dos cidadãos que, pelo meio, viram a pandemia da Covid-19 agravar ainda mais questões como o desemprego e a necessidade de recorrer ao mercado informal para garantir a sobrevivência.

No relatório do FMI sobre a última avaliação ao cumprimento do programa, a instituição multilateral é o primeiro a admitir estas dificuldades: "As reformas desde 2018 ajudaram as autoridades [angolanas] a estabilizar a economia face a dificuldades extremas, embora o impacto social da recessão e dos choques relacionados com a Covid-19 tenha sido severo.

Resta muito trabalho para reforçar a estabilidade e alcançar um crescimento sustentado e inclusivo. Angola continua a enfrentar desafios em muitas dimensões do desenvolvimento sustentável, incluindo a pobreza, a desigualdade, saúde, educação, e infra-estruturas", refere o documento.

Aliás, este é um dos muito recados que o FMI deixa ao País. Os envolvidos no programa - Governo e FMI - fazem um balanço positivo, alinhados num programa cuja estratégia assenta, segundo o economista Alves da Rocha, na escola neoliberal que determina sempre o caminho da austeridade perseguido pelo Fundo neste tipo de intervenções: corte nas despesas públicas, novos impostos, redução de salários, rigor na gestão orçamental, apertos de politica monetária, convergência cambial e/ou liberalização dos mercados.

Apesar de tudo, necessários, mas não como se a "economia e a sociedade se esgotassem nos ajustamentos macroeconómicos", e por isso deveriam ter ido mais além, admite o economista. "São sem dúvida necessários, mas nunca em sobreposição das necessidades básicas da população, dos seus interesses mais prementes, da solidariedade e do crescimento económico", admite.

(Leia o artigo integral na edição 659 do Expansão, de sexta-feira, dia 28 de Janeiro de 2022, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)

Logo Jornal EXPANSÃO Newsletter gratuita
Edição da Semana

Receba diariamente por email as principais notícias de Angola e do Mundo