FED influencia mercados
As bolsas valorizaram com investidores confiantes num corte de juros pela FED na reunião de Setembro. Intenção de paralisação de produção na Líbia pode implicar menos oferta no mercado e favorecer preços do petróleo.
Na última semana, os mercados financeiros internacionais davam como certa a possibilidade da Reserva Federal (Fed) dos Estados Unidos vir a cortar a sua taxa de juro directora já na próxima reunião de política monetária, em Setembro.
Na última declaração do Presidente da reserva Federal norte- -americana (FED) em Jackson Hole ficou a indicação de que o Banco deverá iniciar o ajustamento da sua política monetária, dado que os riscos de subida da inflação diminuíram e os riscos de deterioração do mercado laboral reduziram. O responsável mostrou-se confiante na actual trajectória da inflação em direcção à meta de 2%.
Nas bolsas mundiais, registou- -se uma valorização quase generalizada, com destaque para o NYSE Composite dos EUA e o Euro Stoxx 600 que avançaram quase 2%. Entretanto, na bolsa de Londres, o índice FTSE 100 recuou 0,36%, influenciado pela queda das acções da empresa de artigos de luxo Burberry, que perderam mais de 3% na semana, atingindo mínimos de 20 anos. A empresa enfrenta uma queda nas das vendas de produtos de luxo, sobretudo no mercado asiático. Este cenário levou a FTSE Russell, a detentora do índice FTSE, a informar que pretende retirar a empresa do seu principal índice, o FTSE 100, a partir deste mês de Setembro de 2024.
O cenário de redução dos juros nos EUA penalizou o Dólar americano. O índice DXY da Bloomberg, que mede o dólar face a 8 moeda fortes, cedeu 0,31%, para 100,851 pontos. Assim, o par Eur/Usd situa-se em 1,11, representando uma subida de 0,7% desde o início do ano.
O optimismo com o corte de juros da FED estendeu-se para o mercado petrolífero, onde os preços do barril valorizaram face à semana anterior. No mercado de Londres, o Brent subiu 3,54% para USD 78,67, enquanto o West Texas Intermediate em Nova York ganhou 0,89% para USD 74,70 por barril.
Os preços também foram apoiados pela notícia de que a Líbia planeia parar toda a produção e exportação de petróleo do País. De referir que a produção média da Líbia se situa em cerca de 1,2 milhões barris diários, com base nos dados do Monthly Oil Market Report da Organização dos Países Exportadores de Petróleo referente a Agosto.
Quanto a outros temas da semana, no Japão, o Banco Central do País indicou que poderá voltar a aumentar a sua taxa de juros directora, caso o curso da inflação se mantenha longe da meta de 2%. Por seu lado, a inflação homóloga do Canadá arrefeceu para um mínimo de 40 meses para 2,5% em Julho.