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Economia

Preço do ouro dispara mas produção nacional está longe da desejada

Economia

A exploração e produção de ouro no País ainda é ainda muito reduzida, apesar das intenções de colocar Angola no mapa desta commodity considerada um porto seguro em momentos de crise. Os preços não param de subir nos mercados internacionais e o interesse dos investidores também.

O preço do ouro valorizou 16% nos últimos três meses no mercado internacional, muito à custa das incertezas da evolução da economia mundial e também da guerra na Ucrânia que deixou em "standy" as principais economias mundiais, com os investidores a encararem esta commodity como um porto seguro. Em Outubro de 2022 o preço de referência de uma grama de ouro valia no mercado internacional 56,38 USD e de lá para cá, foi crescendo, chegando aos 61,59 na terça-feira, 17 de Janeiro. Uma variação de 9,2%.

Especialistas justificam esta subida do preço do ouro com o aumento da procura devido às incertezas dos mercados. "O mercado de acções está a cair reflectindo preocupações sobre a capacidade dos sistemas financeiros, particularmente os bancos centrais, que têm aumentado as taxas de juro para combater a alta da inflação. Sem esquecer que o ouro é relativamente estável a longo prazo e o seu valor dificilmente é condicionado por factores externos", explica fonte do Expansão.

Por cá, a exploração do "metal precioso" é quase inexistente. Dados do Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás (MIREMPET), avançados em Junho do ano passado, indicam que 58% dos projectos de produção de ouro estavam parados. Ou seja, sete dos 12 licenciados para a produção e exportação de ouro não tinham iniciado actividade, e a situação pouco se alterou, apurou o Expansão. Apenas cinco projectos com títulos de exploração já iniciaram a produção e exportação deste mineral, sendo que existem outras 40 licenças de prospecção.

As autoridades estimam que desde o relançamento da produção de ouro, em 2018, foram produzidos nos País pouco mais de 104 quilos, nas minas de Chipindo (Huíla), Samboto (Huambo), Buco Zau (Cabinda) e Mpopo (Huíla). Com as províncias da Huíla e Cabinda a assumirem grande parte desta exploração. Desta produção, segundo a Agência Nacional de Recursos Minerais, foram exportados 50 quilos de ouro bruto para Portugal, Emirados Árabes Unidos e China, gerando um encaixe de 2,5 milhões USD.

Apesar deste cenário, o País está a construir, em Luanda, a primeira refinaria de ouro, que segundo o ministro da tutela, o material aí refinado poderá ser usado internamente em vários sectores da economia nacional, com destaque para as áreas da tecnologia, joalharia, mercado financeiro, entre outros. Apesar da produção ser quase inexistente, segundo Diamantino Azevedo, o País entrou no mapa da produção industrial de ouro em 2019, e o fluxo de produção deste mineral estratégico justifica a implementação de uma refinaria de pequeno e médio porte, apesar de ainda estarmos muito longe da capacidade necessária para abastecer esta infra-estrutura.