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Economia

Sonangol avança sozinha na Refinaria do Lobito com um projecto que vai custar mais 5 mil milhões USD

AS OBRAS VÃO RECOMEÇAR

A Sonangol vai avançar sozinha para a construção da refinaria do Lobito, um projecto que ainda não está finalizado, mas que terá um valor máximo de 5 mil milhões USD. Para já vão retomar as obras das infraestruturas necessárias para a sua implantação , feitas pela Odebrecht e DAR (fiscalização). Já foram gastos no local cerca de 1,5 mil milhões USD.

Quinze anos depois do primeiro anúncio de construção, em 2007 com a parceria de uma empresa chinesa, a Sinopec, e depois de já ter tido cerca de uma dezena de "noivos", a refinaria do Lobito continua "solteira". De acordo como que o Expansão apurou, vai avançar a construção com a Sonangol a liderar e sem parceiro, um projecto industrial que ainda não está finalizado, mas que não implicará um investimento superior a 5 mil milhões USD. Muito longe do valor máximo de 12 mil milhões avançado em 2016. Aliás, ao longo destes anos, os projectos para a refinaria do Lobito já tiveram diversos valores.

A Sonangol fez esta semana uma reunião com os seus parceiros de construção, a Odebrecht e a DAR (fiscalização), estamos a falar apenas da construção das infraestruturas necessárias para implantar a unidade, as acessibilidades, o saneamento básico e as obras necessárias para garantir energia, água e telecomunicações. O projecto industrial propriamente dito ainda não está finalizado, está a ser desenvolvido pela Sonangol, terá um custo entre os 4 e os 5 mil milhões USD, e deverá ser apresentado apenas no próximo mês.

Mantêm-se, no entanto, as características iniciais, processamento de 200 mil barris/dia, com uma percentagem elevada de produção de combustíveis brancos (gasolina, gasóleo e JetA1), com um prazo de execução que não será inferior a 5 anos, o que significa que se definitivamente avançar, poderá estar a produzir no II semestre de 2027. Não existem indicações oficiais sobre a forma de desenvolvimento do projecto, mas as palavras dos responsáveis apontam para a abertura da Sonangol em partilhar parte do capital da refinaria, se neste caminho surgir um parceiro interessado.

Em termos práticos, a construção daquilo que actualmente existe na refinaria do Lobito começou a ser construído em 2012, na altura um projecto industrial que estava avaliado em 8 mil milhões USD e que apontava para uma produção de 240 mil barris/dia. As obras andaram sempre devagar, tinha como prazo final de execução o primeiro semestre de 2018, mas depois da saída do então PCA, Francisco de Lemos, e a entrada de Isabel dos Santos, as obras foram suspensas em Agosto de 2016, tendo sido comunicado que já tinham sido gastos cerca de mil milhões de dólares. Nesta altura havia projectos para mais duas refinarias, Soyo (100 mil barris/dia) e Bengo (400 mil barris/dia), que tinham também as obras paradas, e a opção foi avançar para as obras na refinaria de Luanda através de um acordo com a ENI, aquele que hoje está a chegar ao fim e que está em fase comissionamento, duplicando a capacidade desta unidade em produzir gasolina e gasóleo.

(Leia o artigo integral na edição 674 do Expansão, de sexta-feira, dia 13 de Maio de 2022, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)