BIC de Portugal atinge breakeven um ano antes do previsto e espera lucro em 2013
O Banco BIC Português, de capital luso-angolano, registou um prejuízo de 111,8 milhões de kwanzas no acumulado dos primeiros nove meses, mas alcançou o 'breakeven' (equilíbrio entre receitas e custos) em setembro, pelo que espera fechar o ano com lucros, revelou o presidente Mira Amaral.
"O resultado acumulado entre Janeiro e Setembro foi negativo mas, em Setembro, o banco teve um resultado positivo de 78 milhões de kwanzas e, em Outubro, de 131,5 milhões de kwanzas", avançou hoje à agência Lusa o presidente do Banco BIC Português, realçando que "o 'breakeven' foi alcançado mais de um ano antes do previsto no plano de negócios".
Assim, "se não acontecer nenhum desastre até ao fim do ano, vamos ter um resultado líquido marginalmente positivo em 2013", vincou Mira Amaral.
De acordo com o banqueiro, quando o BIC comprou o Banco Português de Negócios (BPN) ao Estado, a última entidade registava um prejuízo mensal de um milhão de euros, ou seja, um prejuízo anual de 1,5 mil milhões de kwanzas por ano.
Com a integração do BPN no BIC, que tinha um lucro anual na ordem dos 657 milhões de kwanzas, o resultado líquido combinado foi negativo, situando-se nos 920 milhões de kwanzas em 2012.
"Estamos muito satisfeitos com esta evolução de resultados que só foi possível com muito trabalho e grande esforço de toda a rede, em especial, da área comercial", salientou.
Quando o BIC adquiriu o BPN, passou a ter depósitos no valor de 223 mil milhões de kwanzas, que entretanto cresceram para 460 mil milhões de kwanzas
"Para as boas empresas todos os bancos têm crédito", afirmou Mira Amaral, que considera que este crescimento nos dois itens foi possível devido "à credibilidade que o BIC tem derivada da solidez financeira dos seus accionistas".
O gestor apontou ainda para o BIC Angola (banco gémeo do português), que gerou lucros de 16 mil milhões de kwanzas no ano passado.
Questionado pela Lusa sobre a possibilidade de o BIC Português alcançar um lucro acumulado de sete mil milhões de kwanzas ao longo dos cinco anos desde a aquisição do BPN - o que levaria a um pagamento adicional ao Estado português, acima dos cinco mil milhões de kwanzas em que se cifrou a reprivatização -, Mira Amaral não se comprometeu.
"Não sei se será possível", afirmou, explicando que tudo vai depender da evolução do negócio bancário e do ambiente macroeconómico em Portugal.
O BIC Português conta actualmente com 1.300 trabalhadores, 197 agências, 11 gabinetes de empresas e dois gabinetes de 'private banking' (banca privada), mas continua a expandir a sua rede.
Depois da estreia recente de um balcão em Ponta Delgada, nos Açores, e de outro em Sines, na semana passada, o banco de capitais luso-angolanos vai abrir em breve uma agência na Avenida da Boavista, no Porto, e lançar "extensões de centros de empresas" no norte do país.
Lusa / Expansão