Fábrica que vai produzir Sagres lança novas cervejas angolanas
Unidade deverá estar operacional no primeiro trimestre de 2015, produzindo Sagres, uma cerveja nacional corrente e outra premium. Marca portuguesa cede direitos a parceiro angolano.
A fábrica que vai produzir, a partir do primeiro trimestre de 2015, a marca Sagres vai também lançar uma nova cerveja nacional corrente e outra premium, revela o contrato de investimento do projecto, publicado em Diário da República.
De acordo com o documento, a unidade, que será localizada no Bom Jesus, município de Icolo e Bengo (Luanda), é controlada pela SODIBA, detida pelos empresários Isabel dos Santos e Sindika Dokolo, e vai gerar um investimento de 149,6 milhões USD.
O contrato indica que a marca portuguesa - detida pela SCC - Sociedade Central de Cervejas e Bebidas, S.A. - Centralcer vai permitir a transferência de tecnologia para Angola, promovendo o desenvolvimento tecnológico, a eficiência empresarial e a qualidade dos produtos nacionais.
Em declarações por escrito ao Expansão, Paulo Gomes, country manager da Sagres em Angola, explica que o mercado angolano pesa já 15% do volume de produção da marca em Portugal e 60% das exportações. No entanto, não revela se a construção da unidade dos empresários angolanos - de quem a Sagres vai receber royalties pelo uso da marca lusa - vai gerar mais ou menos negócio à empresa, que é controlada pela multinacional Heineken.
Angolanos exigentes
Segundo o gestor, o produto Sagres com mais sucesso em Angola é a Mini, e o consumidor angolano é exigente e experimentalista. A empresa, explica, tem vindo a introduzir produtos inovadores em Angola. O mais recente, lançado este mês, foi a Sagres Radler, com sumo de limão, a primeira cerveja no mercado angolano inspirada numa tradicional receita da Baviera e com ingredientes de origem natural.
A unidade que vai produzir a Sagres em Angola, de acordo com o contrato assinado com a ANIP, vai gerar, a partir do terceiro ano de actividade, 308 postos de trabalho, dos quais apenas 22 serão expatriados. No ano seguinte, dos 320 colaboradores estimados, apenas 14 serão estrangeiros e, no quinto ano, entre os 321 trabalhadores que deverão estar em funções, só cinco não serão angolanos.
A contratação de trabalhadores, de acordo com o cronograma divulgado, deve arrancar ainda este ano, assim como a construção da unidade no terreno, que é detido pela SODIBA.