Saltar para conteúdo da página

Logo Jornal EXPANSÃO

EXPANSÃO - Página Inicial

Empresas & Mercados

Futuro incerto para o kwanza depois da aprovação da norma do aumento das RIL

RESERVAS OBRIGATÓRIAS EM MOEDA ESTRANGEIRA SOBEM PARA 22%

Três economistas, três visões diferentes. Depois da aprovação pelo Comité de Política Monetária do aumento das reservas obrigatórias em moeda estrangeira de 17% para 22% com o fim do cumprimento parcial em moeda nacional, Fernandes Wanda diz que vai desvalorizar, Heitor Carvalho que vai manter-se e Wilson Chimoco que vai subir.

Na última reunião da do Comité de Política Monetária, o BNA decidiu aumentar o coeficiente das reservas obrigatórias em moeda estrangeira de 17% para 22%, terminando-se a obrigatoriedade de cumprimento parcial, até 2%, em moeda nacional. O que significa que os bancos comerciais vão ter que manter no BNA depositados 22% das suas disponibilidades em moeda estrangeira sem qualquer remuneração. Na verdade, um aumento de 7%, pois aos 5% do valor global juntam-se os 2% que eram garantidos com a moeda nacional.

Olhando para o impacto que poderá ter no valor do Kwanza, e em termos meramente teóricos, significa menos disponibilidade de divisas, logo maior procura, valorização dos cambiais e queda do valor da moeda nacional. Esta é também a opinião do investigador económico Fernandes Wanda, que defende que "o BNA reconhece existir pressões inflacionistas (com o particular destaque a classe Alimentação e bebidas não alcoólicas) devido à fraca oferta", e explica que isso se deve à "redução da oferta interna que não foi suficientemente compensada por importações". Ao reduzir a liquidez em moeda estrangeira "vamos ver um aumento da procura (os produtores precisam de importar bens de capital e intermédios) e consequentemente uma desvalorização do kwanza", admite.

E acrescenta: "Olhando para a economia de Angola, para que essa medida não tenha um impacto negativo no sector produtivo, o BNA teria que intervir e assegurar que os produtores tivessem um acesso privilegiado nesta altura. Sabemos que a banca comercial aloca os seus recursos com base nos seus interesses e que esse interesse muitas vezes não está alinhado com o discurso político (e assim fosse não teríamos um Major das FAA a transferir mil milhões, quando estas divisas poderiam ajudar o sector produtivo".

(Leia o artigo integral na edição 627 do Expansão, de sexta-feira, dia 04 de Junho de 2021, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)