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Lucros da banca quase que duplicaram para 490,2 mil milhões Kz

CONTAS FEITAS SEM O BPC

Reversão de imparidades registadas em 2020 devido à então queda do rating da República de Angola contribuíram para a melhoria dos resultados dos bancos em 2021, já que a generalidade da banca tem a sua carteira de activos demasiado exposta aos títulos de dívida pública. Mas as margens financeiras também subiram.

Os lucros do conjunto de bancos que apresentou relatórios e contas de 2021 até esta terça-feira cresceram 81%, passando de 271,4 mil milhões Kz em 2020 para 490,2 mil milhões Kz no ano passado, um crescimento que resulta essencialmente da reversão de imparidades devido à melhoria do rating, mas também de melhorias nas margens financeiras.

De fora destas contas ficam o BPC, que voltou a apresentar prejuízos, e o Banco Sol, do BDA, do BCI, do VTB e do Standard Chartered, que até esta terça-feira ainda não tinham publicado os relatórios nas suas páginas da internet.

Se as contas do Expansão tivessem tido em conta o relatório e contas do BPC, o aglomerado de 19 bancos teria registado lucros de 407,0 mil milhões Kz, o que contrasta com os prejuízos de 253,5 mil milhões que o agregado destes 19 bancos registou em 2020. Sem as contas do BPC que em 2020 registou o maior prejuízo da banca angolana (524,9 mil milhões Kz), os 18 bancos que apresentaram contas registaram lucros 490,2 mil milhões Kz, um crescimento de 81% face aos 271,4 mil milhões registados no ano do início da pandemia da Covid-19.

A subida na avaliação sobre a qualidade do crédito de Angola por parte agência de notação financeira Moody no primeiro semestre do ano passado permitiu à generalidade destes 18 bancos reverterem nas suas contas de 2021 as imparidades constituídas em 2020. Isto porque a maioria dos bancos tem uma carteira de investimentos demasiado exposta a títulos de dívida pública e como em 2020 as principais agências desceram o rating de Angola, as instituições bancárias foram obrigadas a acautelar um eventual incumprimento por parte do Estado no pagamento dessa dívida titulada.

O BFA reforçou a liderança do ranking dos bancos com mais lucros, que até cresceram 74% para 156,5 mil milhões Kz. O banco liderado por Luís Gonçalves (PCE) reverteu imparidades de 40 mil milhões Kz e obteve uma subida de 6,8% na margem financeira ( juros). O BAI voltou à segunda posição (perdida em 2020 para o Standard Bank), com um crescimento de 393,7% nos resultados líquidos para 141,5 mil milhões Kz, pelas mesmas razões que o BFA.

Face a isto, e já sem contar com as contas do BPC, os resultados dos bancos em 2020 caíram face a 2019, invertendo uma tendência de crescimento ano após ano.

(Leia o artigo integral na edição 676 do Expansão, de sexta-feira, dia 27 de Maio de 2022, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)

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