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Lucros de 20 bancos comerciais crescem 3% para 180 mil milhões Kz no I trimestre

SEM CONTAR COM O ECONÓMICO E O VTB

Depois de lucros históricos em 2023, os resultados dos bancos abrandaram no I trimestre deste ano. Queda de 60% dos lucros do BAI influenciou o desempenho da banca no I trimestre. BFA volta a estar à frente do BAI e é líder em lucros. BIC mantém-se como o campeão em créditos.

Os 20 bancos comerciais que apresentaram até esta segunda- -feira os balancetes do primeiro trimestre deste ano contabilizaram um lucro acumulado de 180,1 mil milhões Kz, o que representa um crescimento de 3% face aos 175,4 mil milhões registados no mesmo período de 2023, segundo cálculos do Expansão com base nos balancetes disponíveis.

O fraco crescimento dos resultados da banca nos primeiros três meses do ano deve-se à redução dos lucros de alguns bancos, sobretudo do BAI que caíram 60% para 34,5 mil milhões Kz face aos 85,6 mil milhões do período homólogo, já no que no primeiro trimestre do ano passado o lucro do maior banco em activos representava quase metade (49%) do lucro total da banca. Ao lado do BAI, cinco bancos também viram os lucros caírem, nomeadamente, o BIC (77%), SOL (57%), Yetu (19%) e BHC (86%).

Ainda assim, o parco crescimento foi influenciado pela melhoria dos activos, devido aos ganhos com a margem financeira, onde se verificou o crescimento dos investimentos em títulos de dívida pública, já que estes cresceram 23% para cerca de 7,2 biliões Kz, e representa 34% dos activos da banca, bem como aumento das aplicações que os bancos fazem junto do BNA, mais especificamente a repos (acordos de recompra).

"As rubricas títulos e valores mobiliários e as aplicações nos bancos centrais e outras instituições foram, de facto, os principais influenciadores dos resultados neste primeiro trimestre de 2024", defende o economista Mateus Maquiadi. Para o economista, o crédito a cliente também teve um papel importante, uma vez que registou um crescimento acima 20%, ainda assim, os títulos de dívida pública tiveram um impacto grande na composição total do activo.

"Uma das lições básicas de economia é que os agentes económicos reagem a incentivos, e como os bancos são agentes focados no lucro, naturalmente que faz sentido concentrarem seus esforços em investimentos seguros e com retorno garantido, e o que dá isso são os bilhetes e obrigações do tesouro. Por essa razão acho bastante normal que este cenário esteja a verificar-se", reforçou.

O economista Alberto Vunge partilha o mesmo pensamento, ao afirmar que a contínua importância do investimento em títulos no balanço dos bancos reflecte, de forma clara, que a percepção de risco da economia nacional por parte do banqueiro continua igual.

Dos 22 bancos comerciais, dois estão fora destas contas, nomeadamente, o Económico e o VTB África, que até esta segunda-feira ainda não tinham publicado os balancetes trimestrais nos sites oficiais, e já estavam fora do prazo estabelecido pelo regulador.

BFA, BAI e SBA lideraram os lucros

Assim, o BFA foi o banco que mais contribuiu para o crescimento agregado dos lucros da banca, com 26% dos lucros totais. O banco liderado por Luís Gonçalves viu os resultados dispararem 39% para 47,7 mil milhões Kz, voltando ao topo do ranking dos maiores lucros da banca nos primeiros três meses, posição que tinha perdido no ano passado pelo BAI, liderado por Luís Lélis. Segue-se, precisamente, o BAI com 34,5 mil milhões Kz, acompanhado pelo Standard Bank Angola liderado por Luís Teles, que fecha o pódio com um resultado líquido de 21,0 mil milhões Kz. Juntas, estas três instituições financeiras representam mais de metade (57%) do lucro total dos 20 bancos que publicaram os balancetes do I trimestre de 2024.

Já o BNI foi o banco que contabilizou o menor lucro nos primeiros três meses, ao registar um resultado líquido de 123,2 milhões Kz, depois de registar prejuízos de 2,2 mil milhões Kz no mesmo período do ano passado. Segue-se o Standard Chartered Bank Angola (SCBA), banco de origem inglesa, que está a encerrar as actividades no País, tendo já sido vendido 60% das acções ao Access Bank (novo dono do ex-Finibanco), com 512,0 milhões Kz. A fechar a lista dos menores lucros está o Banco da China Sucursal em Luanda (BOCLB), menor banco da praça nacional, com 750,9 milhões Kz.

Leia o artigo integral na edição 777 do Expansão, de sexta-feira, dia 24 de Maio de 2024, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)

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