Saltar para conteúdo da página

Logo Jornal EXPANSÃO

EXPANSÃO - Página Inicial

Empresas & Mercados

Ministra das Finanças tenta "convencer" as seguradoras a financiarem a economia

PARTICIPAÇÃO NO MERCADO DE CAPITAIS

Em reunião com os PCA"s das principais seguradoras, Vera Daves defendeu que este sector podia ser uma importante fonte de financiamento da economia. As empresas pedem produtos mais adaptados à sua actividade.

A Ministra das Finanças, Vera Daves de Sousa, manteve um encontro com os presidentes do Conselho de Administração (PCA,s) e administradores do sector segurador e fundos de pensões no sentido de saber como este sector pode servir como fonte de financiamento à economia.

Sendo parte integrante do sistema financeiro, a ministra acredita que o sector segurador pode ser uma importante fonte de financiamento à economia por existir neste sector uma quantidade elevada de capitais que são geridos pelas seguradoras em função do seu ciclo invertido, ou seja, as seguradoras recebem primeiro os prémios para fazer face aos sinistros futuros.

Vera Daves de Sousa questionou a pouca presença do sector segurador no mercado de capitais e nas emissões do mercado primário para compra de títulos, e os operadores defenderam que tem a ver com poucos instrumentos com mais maturidades e com taxas de rentabilidade menos interessantes que no mercado secundário.

"Na actividade seguradora temos necessidades de liquidez de curto prazo e também de longo prazo, nomeadamente, os fundos de pensões e as pensões de acidentes de trabalho e, nesta perspectiva, nós sentimos a necessidade, uma vez que o Estado precisa de se financiar, de ter instrumentos com mais maturidade", explica umas das administradoras de uma companhia de seguros.

A administradora presente no encontro sublinhou que os fundos de pensões da população são muito jovens e têm maturidade média de 13, 14 ou 15 anos, ou seja, tem uma maturidade que podia ser aproveitada, comprando títulos de longo prazo para assegurar a rentabilidade destes instrumentos e pagar no futuro.

Por outro lado, essa necessidade de se ter títulos de longo prazo não invalida que tem de haver instrumentos adequados àquilo que são as responsabilidades das seguradoras, que são as responsabilidades de curto prazo.

Apesar de haver a possibilidade destas aplicações de longo prazo serem "corroídas" pela inflação, que ano pois anos vai aumentando, a administradora explica que é tudo uma questão de acompanhar o índice da inflação para se ter uma taxa de rentabilidade adequada e fazer perspectivas futuras realistas no sentido de saber como é que a inflação vai se comportar.

No entanto, a ministra recomendou um trabalho tripartido entre as seguradoras, a unidade de gestão da dívida pública e os bancos comerciais para se abordar a questão da maturidade para se ver como é que em alguns negócios se pode criar questões de apoio da parte do governo para as seguradoras.

Félix Escórcio, administrador da Protteja Seguros, contou também que os operadores reforçaram a pouca acção do governo na fiscalização dos seguros obrigatórios e este cenário tem prejudicado as seguradoras porque acabam por ter menos receitas. "A título de exemplo, o seguro automóvel é um seguro que poderia garantir liquidez às seguradoras, estas receitas seriam aplicadas e ter-se-ia mais dinheiro a rolar na economia", explicou.

"Durante o encontro, falou-se da necessidade de massificação dos microsseguro e do seguro agrícola, mas que teríamos de ter a participação do Estado, porque as seguradoras não são capaz e nem têm liquidez para suportar os riscos que essa operação acarreta", conta o administrador, sublinhando que a ministra abordou a necessidade de se encontrar estratégias para se aumentar a taxa de penetração de seguro que ainda é muito baixa, comparando com outros países a nível da região.

Os operadores do sector "queixaram" ainda que a AGT tem aplicado multas quando a sua acção devia ser ainda no sentido mais pedagógico, uma vez que muitos agentes não estão ainda tão alinhados com as matérias de seguros e precisam de mais formação para perceberem o sector. Entre as recomendações da ministra, consta maior divulgação dos fundos de pensões a nível das sociedades, trabalhos conjuntos entre as seguradoras e a AGT no sentido de maior capacitação dos seus agentes.

Logo Jornal EXPANSÃO Newsletter gratuita
Edição da Semana

Receba diariamente por email as principais notícias de Angola e do Mundo