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Mais infraestruturas e capital humano para a soberania tecnológica de África

DURANTE FÓRUM INTENACIONAL DE TECNOLOGIAS ECOMINICAÇÃO- ANGOTIC 2024

Ministro das TICs Zambiano disse que "África não pode perder o comboio tecnológico que está em alta velocidade". Para isso, tem de alargar a cobertura da internet e massificar o acesso aos equipamentos tecnológicos.

Os líderes africanos, que participaram na 4.ª edição do Angotic - Fórum Internacional de Tecnologias de Informação e Comunicação de Angola, que decorreu de 13 a 15 de Junho, sob o lema Digitalizar Conectar e Inovar, foram unânimes a afirmar que é preciso um investimento mais robusto para aumentar a inclusão digital e soberania tecnológica dos africanos.

O continente depara-se com uma baixa penetração da internet, situada, em média, à volta dos 49,5%, de acordo com a Statista, plataforma alemã que mede os dados da internet. Em Angola, a última actualização do Instituto Angolano das Comunicações (INACOM) revela que a taxa de penetração está abaixo da média africana, perto de 30%.

O continente tem também de ultrapassar o desafio no acesso a equipamentos tecnológicos, nomeadamente telemóveis, que permitem estar conectado à rede global. Numa das várias masterclasses, que decorreu na sala principal do fórum, os prelectores defenderam também a aposta no capital humano africano para potenciar "a soberania tecnológica de África" e impulsionar o desenvolvimento económico. A referida secção contou com prelectores, como Félix Mutati, ministro da Ciência e Tecnologias da Zâmbia, e Emma Theofilus, ministra das TIC da Namíbia, assim como Meriem Slimani, da União Africana de Telecomunicações, e a co-fundadora da Imagine Smart Cities de Zimbabué, Faith Musonza.

No debate onde foi discutido a "Estratégia de Inteligência Artificial para Líderes - Reposicionar África para um maior Sucesso", o ministro da Ciência e Tecnologia zambiano referiu que é importante que os líderes africanos continuem a traçar políticas que impulsionem a inclusão e acesso às novas tecnologias.

"A Zâmbia tem estado a contar com o apoio da Starlink para aumentar a inclusão e democratizar a internet", mencionou Félix Mutati, que acrescentou que os países no continente têm de criar espaço para a entrada de parceiros privados no sector já que "as tecnologias, principalmente a Inteligência Artificial, são comboios em alta velocidade, que África não deve deixar passar". A Starlink, projecto da SpaceX de Elon Musk, que desenvolve a constelação de satélites de baixo custo, está disponível naquele país desde o último trimestre de 2023.

Já para Emma Theofilus, além das infraestruturas, é fundamental que os jovens africanos tenham competências adequadas para ajudarem o continente a dar saltos na construção de um futuro mais digital e inclusivo.

"Os africanos têm também de criar tecnologias mais adaptadas à forma de ser e estar do africano, para garantir uma autonomia e soberania tecnológica", disse Faith Musonza, no debate.

Ronda aos expositores

Os expositores que participaram na IV edição do fórum internacional sobre tecnologias de Angola enfatizaram o aumento de startups que operam no mercado angolano, o que propicia maior diversidade na distribuição de serviços e produtos tecnológicos aos clientes.

De acordo com a ronda que o Expansão fez à tenda de exposições, a Hikvision, multinacional tecnológica com sede na China, aproveitou o ANGOTIC-2024 para conhecer novos parceiros, novas empresas e novos clientes.

"Fazendo uma comparação com as edições anteriores há mais startups que trouxeram mais novidades e mais inovações que tornam o mercado mais atractivo e competitivo", disse Luís Cardiga, representante da Hikvision.

Além da competitividade apontada pelos expositores, há quem notou défice na formação dos profissionais angolanos ligados à área como uma das desvantagens ao desenvolvimento das startups do mercado nacional.

Mas há também quem pretenda mitigar o nível de formação em tecnologias dos founders, como é o caso da ETIC Soluções e Tecnologia, empresa que se dedica a formar gestores tecnológicos e fornecer infraestruturas de apoio, que tem em curso um projecto de formação para gestores de TI, disse Filipe Retke, Especialista em operações de TI. Soluções de Tecnologia para Banca.

Promovida pelo Governo, a maior montra tecnológica do país contou com a participação de 125 startups, 70 empresas expositoras, além de 170 intervenientes, entre prelectores e oradores.

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