Saltar para conteúdo da página

Logo Jornal EXPANSÃO

EXPANSÃO - Página Inicial

Empresas & Mercados

Angola Telecom continua a definhar, em falência técnica, e sem uma solução à vista

RELATÓRIO DO SECTOR RELATIVO A 2023

A agonia da empresa agrava-se todos anos, continua a perder importância e clientes nas suas áreas de negócio, perdeu em cinco anos 10.551 clientes na rede fixa de internet e 38.113 clientes na telefonia fixa. Não desenvolveu novos negócios, não se modernizou e tem as infraestruturas degradadas.

A empresa que nasceu para ser um gigante das telecomunicações está em falência técnica há vários anos, numa agonia em que não se vislumbra uma solução capaz de a manter viva. Em cinco anos, perdeu 10.551 clientes da rede fixa de internet, 63% do total que já teve, sendo que este poderia ser a área de negócio que face à realidade actual poderia equilibrar a actividade da empresa. Além das dificuldades financeiras, enfrenta a crise do modelo de negócio, assente na rede fixa, e da quase inutilização das suas infraestruturas espalhadas pelo País, que hoje não funcionam.

A situação de degradação actual da Angola Telecom começou a desenhar-se em 2003, quando deixou de ter o monopólio dos serviços de telefonia móvel, que era o negócio mais rentável da operadora. Na altura, o Estado decidiu separar o negócio dos telemóveis da Angola Telecom, criando a Movicel, que mais tarde, em 2007, foi privatizada.

De lá pra cá, a empresa estatal, que ficou apenas com os serviços de comunicação de dados (banda larga fixa) e rede telefonia fixa, nunca mais foi rentável e enfrenta desafios que possivelmente não irá superar.

A operadora tinha 15,1% da quota do mercado de banda larga fixa em 2019, com 16.581 clientes ligados à sua rede, num universo de 109.662. Em 2023, a operadora que detém a maior rede de infraestruturas em termos de abrangência, conta apenas com 4,4% num mercado com 137.323 subscritos à rede fixa de internet. Em termos percentuais, Angola Telecom teve um forte declínio na sua quota de subscrição, ao registar uma queda de quase 11 pontos percentuais em apenas 4 anos.

O mercado é dominado pela ZAP, com 51,1% e TV Cabo (34,0%), que acompanharam a dinâmica dos consumidores, que buscam cada vez mais qualidade, velocidade e confiabilidade nos serviços de internet, mas também pela evolução tecnológica e a agregação de outros serviços de telecomunicações aos serviços a ser fornecidos aos clientes, nomeadamente a TV por assinatura e telefonia.

Angola Telecom para o serviço banda larga fixa, que é um modelo de negócio que continua a ter o seu espaço, não acompanhou a inovação e a tendência tecnológica deste segmento do mercado, e agora, já está a ser ameaçada pelo operador Paratus (antiga ITA), que detém a 4º posição entre os provedores de internet, com 4,3%, sendo que o restante da quota (6,7%) do mercado dos 137.323 subscritores, está distribuído entre a Net One, Multitel, MS Telecom, Startel, Sistec e Infrasat.

Já no mercado de telefonia fixa, que é um negócio em extinção, com um queda de mais de 30% nos últimos cinco anos do número de subscritores, caindo de 124.726 em 2019, para 86.613 em 2023,e a Angola Telecom não consegui conservar a liderança do mercado que detinha até 2021, com 35,4% de quota de mercado na altura.

Neste segmento a operadora manteve uma tendência decrescente, com uma queda abrupta em 2022, saindo dos 35,4% no mercado de 120.013 subscritores para 15,3% em 2023, ficando apenas com 13.208, num mercado de 86.613, com a agravante de ser um negócio que atende a um nicho que se vai afunilando cada vez mais. A empresa do Estado, perdeu a posição de liderança para a TV Cabo que tem 37.694 dos 86.613 subscritores actuais, que corresponde a uma quota de 43,5 % e MS Telecom com 39,09%, perto de 34 mil clientes.

Leia o artigo integral na edição 782 do Expansão, de sexta-feira, dia 28 de Junho de 2024, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)

Logo Jornal EXPANSÃO Newsletter gratuita
Edição da Semana

Receba diariamente por email as principais notícias de Angola e do Mundo