Publicidade em outdoors em Luanda, um negócio que rende milhões
A dimensão, o design das peças, iluminação, budget de investimento e a localização são analisados antes de se estabelecer um preço ao cliente. Fora o Governo de Angola, a Zap e a Unitel são as marcas que mais investiram em publicidade no exterior.
Depois de superar a recessão económica, a crise pandémica e a redução do investimento estrangeiro, o sector que já proporcionou facturações de milhões Kz tende a dar um sinal positivo de melhoria, segundo os players do mercado.
Nos últimos meses, é visível o aumento de publicidade em outdoors na cidade capital. Os preços variam, sendo que a dimensão, o design das peças, iluminação, budget de investimentos e a localização são alguns dos factores da variação de custos.
Num sector em que o preço é o segredo do negócio, durante uma ronda feita pelo Expansão, muitas foram as concessionárias (empresas proprietárias dos outdoors) que não disponibilizaram os preços.
Todavia, a renda mensal de um outdoor estático, do tamanho 6x3, que corresponde a 18 metros quadrados (18 m), padrão normal, custa 325 mil Kz pela empresa francesa JCDecaux. Já a produção da arte gráfica custa 409 mil Kz e o aluguer do espaço para publicidade digital custa 250 mil Kz, mês. Na Comsoluções o aluguer do espaço de 18 m, que equivale a 15 mil Kz por metro quadrado, custa 270 mil Kz/mês. Com as mesmas dimensões, o aluguer do espaço na Big Media varia de 100 mil a 120 mil Kz mensal. No mercado há concessionárias que não fazem a produção da arte gráfica, nestes casos, os clientes recorrem a agências de publicidade, onde os preços também variam.
Actualmente estão registadas na Direcção Nacional de Publicidade (DNP) 17 concessionárias, dentre elas 10 são angolanas, duas libanesas, uma brasileira, uma chinesa, francesa, indiana e portuguesa, respectivamente. Para actuar no mercado nacional estas empresas devem pagar à DNP uma taxa de emissão de 100 mil Kz e uma taxa da classe correspondente de 300 mil Kz, a cada quatro anos, conforme o Decreto Presidencial n.º 43/22 de 11 de Fevereiro.
Dos valores cobrados das taxas 40% reverte a favor da Conta única do Tesouro e 60% para o Ministério das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social (MINTTICS). Apesar de não emitir o licenciamento, a DNP faz o controlo e fiscalização do conteúdo e tem competência para mandar remover, quando o conteúdo viola a lei da publicidade.
O investimento em publicidade em outdoors teve uma queda de 90,7% de 2015 comparando com 2020, sendo que em 2015 foi feito um investimento de 50.000.000 USD e em 2020 não passou dos 4.647.887 USD. O Governo de Angola, Ministério da Acção Social, Família e Promoção da Mulher, Zap e a Unitel são as marcas que mais investiram em publicidade.
Empresas ilegais são ameaça ao sector
No sector da publicidade, particularmente em outdoors, muitas empresas actuam de forma ilegal. Segundo o director geral do Espaços Angola, Francisco Quintino, o mercado dos outdoors tem sofrido muito com o aparecimento de várias empresas que actuam de formal ilegal, prejudicando quem cria postos de trabalho e que se preocupa em acrescentar valor, não só ao mercado mas também aos clientes.
Quintino realça que há clientes e o mercado tem dado sinal positivo de melhoria, após ter sofrido nos últimos cinco anos. "Aparecem sempre novas empresas no mercado o que é bom para todos, mas o factor chave para se manterem no longo prazo é ter em primeiro um bom produto e dar o melhor serviço possível", sublinhou.
Para Eliseu dos Santos, responsável da Comsoluções, os ilegais são uma ameaça para o sector e fazem concorrência desleal. "Mas a entidade reguladora, Direcção Nacional de Publicidade, tem actuado no sentido de melhorar essa situação", contou. A maior estrutura de outdoor do País é a da Espaço, situada no distrito da Samba, em Luanda, o outdoor tem 3.280 metros quadrados de vinil e tem uma iluminação com projectores LED de 150 wolts.