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Unitel Money movimenta 50 mil milhões Kz nos últimos nove meses

Quase 2 milhões de utilizadores

Os números de clientes do Unitel Money são promissores, mas a margem de crescimento no País e os desafios ainda são grandes, já que um há défice grande de literacia digital e financeira. Já os números da Afrimoney são ainda uma incógnita, já que não disponibilizou esses dados.

Em três anos o serviço mobile money da operadora de telefonia móvel Unitel já alcançou perto de 2 milhões de utilizadores, que entram no sistema financeiro através de um número de telemóvel, sem abertura de conta bancária, impulsionando assim a inclusão financeira num País com cerca de 35 milhões de habitantes e com apenas 5,7 milhões de contas bancárias. Os dados revelam que nos últimos nove meses (Janeiro a Setembro) a Unitel Money movimentou mais de 50 mil milhões Kz, equivalentes a cerca de 50 milhões USD.

O serviço mobile money trata-se de uma carteira electrónica que armazena moeda electronicamente numa conta associada a um número de telemóvel do cliente. Os utilizadores podem efectuar levantamento de dinheiro (cash out), depósitos (cash in) ou pagamentos de bens e serviços, de impostos ou realizar transferências, mesmo sem acesso a internet ou a um smartphone, diferente da carteira digital.

Estas plataformas têm registado bastante sucesso em mercados onde há baixa literacia e inclusão financeira e também baixa penetração de internet para acesso às carteiras ou meios de pagamentos digitais mais sofisticados, como é caso do M-Pesa, do Quénia ou o Orange Money, que já são amplamente usados em vários países africanos.

A facilidade de acesso às contas mobile money quebram todas as barreiras de uma conta bancária tradicional, que exige vários níveis de verificação de identidade dos clientes. Trata-se, assim, de um mecanismo ágil para incluir pessoas no sistema financeiro, sobretudo em zonas onde não há representação bancária ou serviços financeiros tradicionais.

Em Angola, os números de clientes do Unitel Money são promissores, mas a margem de crescimento no País e os desafios ainda são grandes, já que há um défice na literacia digital e financeira. Contudo, as taxas de penetração de telefonia móvel, acima de 72%, em 2023, revelam oportunidades no mercado que iniciou o mobile money há três anos. Tratam-se de 25,5 milhões de números de telemóveis activos segundo dados do Instituto Angolano das Comunicações (INACOM) do ano passado.

"Quase dois milhões de clientes já é relevante para o nosso mercado, mas podemos alcançar mais, apesar de termos fraca literacia financeira no País, o que não permite um crescimento mais rápido. Temos estado a crescer de ano em ano de forma consistente, quer a nível de utilizadores como ao nível das transacções realizadas", referiu, Gulamo Nabi, CEO da operadora Unitel, sem avançar dados comparativos da evolução do Unitel Money.

Segundo Gulamo Nabi, a Unitel está a alargar os números de agentes em todas as províncias do País e já conta com mais de 50 mil que prestam todos os serviços de carteira electrónica, além de campanhas com foco nos grandes mercados e praças informais, para maximizar a inclusão das vendedoras.

Os números da Afrimoneyque começou a operar em Abril de 2023 - o serviço mobile money da operadora Africell, não são conhecidos, apesar da insistência do Expansão.

Leia o artigo integral na edição 801 do Expansão, de sexta-feira, dia 08 de Novembro de 2024, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)

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