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Grande Entrevista

Avaliações ao ensino superior vão começar. Quem chumbar fecha

MARIA DO ROSÁRIO SAMBO MINISTRA DO ENSINO SUPERIOR, CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO

A avaliação e acreditação das instituições do ensino superior arranca em 2023, após ser concluída a fase de regulamentação. Quem não estiver em conformidade com as exigências de qualidade vai ter de fechar, avisa a ministra da tutela. O Estado tem de investir mais no ensino superior. Instituições e docentes também.

Aulas suspensas por causa da pandemia da Covid-19, contestação ao pagamento de propinas, greves de professores... Foram dois anos terríveis para o ensino superior?

Sem dúvida. Estes anos de pandemia foram arrasadores para todo o mundo, mas foram também uma oportunidade para aprendermos a saber enfrentar as situações difíceis e ultrapassá-las, sem ficar com lesões, a isso chama-se resiliência. Sem dúvida que foi um período difícil, a nível mundial, individual e das famílias, mas julgo que o pior que poderá acontecer é não termos conseguido fazer as leituras do que esta pandemia pôs a descoberto, sobretudo os aspectos da desigualdade social. O ministério não foi poupado, mas aproveitámos para tirar lições.

Quais foram as lições tiradas?

A primeira é que nós precisamos avançar rapidamente no uso das novas tecnologias como ferramenta para apoio ao ensino presencial. Tivemos experiências muito diversas nas Instituições de Ensino Superior (IES) quanto à capacidade de promoverem ensino à distância de qualidade. Reconhece-se que muitos programas de estudo - este desafio não é de agora - têm esta componente. Não se trata do ensino à distância, em que a plataforma é um mero repositório de materiais de ensino, não é esse o conceito, vai muito além. Vai da possibilidade e necessidade de haver, através da plataforma, uma interacção entre o docente e os estudantes.

Isso implica investimento. Caberá às IES ou ao governo?

Tem de ter estas duas vias. Um dos grandes desafios que temos no processo de transformação digital é criar condições para o ensino à distância, seja exclusivamente à distância, para formações específicas, ou como forma de complementar o ensino presencial. Temos a criação da "Universidade Virtual"...

Em que consiste?

O projecto visa criar uma infraestrutura tecnológica para que as instituições de ensino superior disponham de condições para oferecer ensino à distância. Isto requer uma infraestrutura tecnológica de base sólida e, depois, as próprias instituições terão de ter, ao seu nível também, uma base tecnológica. É um desiderato que temos para este quinquénio e estamos a trabalhar no sentido de obter o financiamento. Através desta plataforma poderemos criar cursos, e vou dar um exemplo de grande preocupação, que é a formação em língua inglesa dos docentes do ensino superior. Um curso desses será ministrado à distância e tem a grande vantagem de poder abarcar, ao mesmo tempo, um número significativo de formandos. Esta é uma necessidade premente e auxilia no aumento da oferta formativa. Obviamente, há requisitos de qualidade que têm de ser observados.

(Leia o artigo integral na edição 711 do Expansão, de sexta-feira, dia 10 de Fevereiro de 2023, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)

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