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Grande Entrevista

Esperamos ter um ecossistema que coloca as nossas startups a nível global

HAYMÉE PÉREZ COGLE CO-FUNDADORA DO FOUNDER INSTITUTE EM ANGOLA

Para os empreendedores, a Zona do Comércio Livre Continental Africana será uma grande oportunidade, porém vai exigir da parte dos angolanos maior capacidade de execução, bem como melhoria na comunicação e na forma de fazer negócios.

O Founder Institute Luanda (FILuanda) surgiu para transformar ideias em negócios. Como é que chega a Angola?

Somos parte de uma rede global, que é o Founder institute, que surgiu há 15 anos, na Califórnia. Somos uma aceleradora e incubadora de startups internacional que trabalha com pessoas empreendedoras, pessoas com ambição de criar novos negócios e que criam negócios que resolvam problemas de uma forma diferente, com um foco não apenas em criar riquezas ou ser sustentáveis, mas também com o propósito de melhorar a vida de muitas pessoas, pois é isso que faz crescer muitas startups de forma escalável.

Qual é o vosso objectivo?

O nosso objectivo, como aceleradora de negócios, é tratar as ideias que são validades durante o programa de forma a que possam ser transformadas em startups realmente. E que estas startups possam ser transformadas em negócios que possam ser financiados e atraiam investimento, tanto local como internacional, mas principal e inicialmente investimento local. E que estas startups possam transformar-se em negócios globais e regionais. É esta a nossa meta.

O que é que oferecem aos empreendedores?

Em Angola, nós trabalhamos fundamentalmente com empreendedores que estão a criar negócios desde a fase inicial. Desde a fase da ideia, de estruturação do negócio, de validar as diferentes hipóteses de solução do negócio.

Quais são os critérios para fazer parte do programa?

O primeiro critério é que a pessoa esteja convencida que, de facto, quer fazer um esforço de criar o seu negócio, e para criar este negócio tem de dedicar duas coisas extremamente importantes. O tempo, que tem a ver com a dedicação pessoal, e o recurso, recurso com estabilidade socioeconómica e estabilidade emocional, porque o nosso programa é fundamentalmente virtual. Logo, o empreendedor precisa de acesso à internet, um computador para fazer o trabalho todo durante os quatro meses. Precisa também de algum recurso para pagar a inscrição, porque o programa não é grátis. E escolhemos especificamente este programa por esta característica, para desenvolver uma habilidade que acho muito importante no empreendedor. Eu sei, pelo facto de ter crescido num ambiente de gratuitidade, que não nos ajuda, na nossa formação como pessoa. Na região de África, o valor de entrada são 300 USD, ou seja o equivalente em kwanzas, em Angola.

O gratuito não incentiva?

O problema está na relação esforço, não apenas de tempo, mas também financeiro em mim próprio, ou seja, se eu não invisto em mim próprio como é que vou aspirar que alguém faça por mim? Olhando para outras geografias, não se entende o nosso raciocínio de querer as coisas totalmente gratuitas, o que não significa que não existam muitos programas gratuitos, que é bom, mas alguém está a financiar. Este recurso económico serve, não só para pagar o programa, mas também para pagar algumas actividades que o empreendedor terá de fazer durante o programa e uma delas, e a mais importante, é a criação da empresa. Por isso, trabalhamos na percepção do esforço desde o início para criar um negócio.

Quais são os desafios dos empreendedores? Costumam registar muitas desistências?

Não temos desistências por iniciativa própria do empreendedor, mas a vida tem os colocado em situações que os obrigam a parar. Por outro lado, a iniciativa tem sido nossa e dos mentores. Em função do trabalho de avaliação, temos a necessidade de convidar o empreendedor a sair do programa e voltar quando estiver bem preparado, devido ao nível de compromisso. Às vezes não existe o comprometimento em cumprir as exigências do programa. Quando o empreendedor estiver bem preparado, pode regressar ao programa sem pagar, sendo que têm mais duas oportunidades para entrar no programa sem pagar

Leia o artigo integral na edição 743 do Expansão, de sexta-feira, dia 22 de Setembro de 2023, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)

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