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Grande Entrevista

"Olhando hoje para a estrutura do novo aeroporto não acho que esteja sobredimensionado"

RICARDO VIEGAS D"ABREU, MINISTRO DOS TRANSPORTES

O Novo Aeroporto Internacional (NAIL) vai ser inaugurado daqui a três semanas e, com o desenvolvimento do Corredor do Lobito, dinamizado com investimento americano, coloca o sector dos transportes numa posição de destaque na economia angolana.

Estamos a três semanas da data prevista para a inauguração do aeroporto, que é a obra mais importante, não apenas do ministério, mas do governo de João Lourenço. A primeira questão é óbvia, vai mesmo acontecer?

Sim, vai mesmo acontecer no dia 10 de Novembro. Será uma data que, certamente, ficará na história do nosso País, com particular impacto na aviação civil e nos sectores que vão beneficiar desta grande obra.

Qual é o plano a partir de 10 de Novembro?

Há uma metodologia usada em diversos países para projectos com um grau de complexidade como o novo aeroporto, um plano de abertura e activação faseada. No dia 11 de Novembro ainda ninguém vai apanhar o avião no novo aeroporto internacional. Queremos iniciar a operação do novo aeroporto com a carga, é um foco de negócio muito interessante e muito importante para nós, e garantir que no segundo trimestre de 2024 possamos já iniciar voos domésticos e no terceiro trimestre arrancar com a aviação internacional. Um processo de activação complexo que envolve toda uma equipa multidisciplinar...

Mas onde está essa equipa?

Essa equipa constitui hoje a equipa do ORAT, que é a metodologia de operacionalização de um aeroporto.

Mas as pessoas existem? Já estão a trabalhar?

Já existem equipas. Já existem quadros com experiência na aviação civil e neste ecossistema, sejam eles nacionais ou estrangeiros. Fizemos questão de garantir a incorporação de competências técnicas internacionais neste domínio para garantir uma mais rápida e fluída transferência de conhecimento. Temos, na verdade, quadros internacionais de grande valor e grande experiência a trabalhar connosco. Temos também as equipas de outros sectores mais envolvidos na actividade de um aeroporto, nomeadamente as equipas do Ministério do Interior, nas diversas disciplinas, seja na Polícia Fiscal, SME, SIC, de forma a garantir a segurança operacional do aeroporto. Temos também equipas do Ministério da Saúde, das Telecomunicações, da Energia e Águas...

E quem é que vai fazer esta gestão, numa altura em que ainda não abriu o concurso público para a escolha do operador do aeroporto?

Nós constituímos aquilo que chamamos o ATO, que é o operador temporário do aeroporto. Essa equipa é coordenada pelo Dr.º Pombal e está a fazer todo este processo de transferência para a operacionalização. Ao mesmo tempo, mantemos a equipa que garantiu do ponto de vista da execução da obra, porque há trabalhos que vão prosseguir mesmo depois da inauguração. O gabinete de operacionalização do novo aeroporto vai-se manter ainda durante um período para garantir o acompanhamento dos trabalhos complementares de obra que vão prosseguir. É um grupo grande de pessoas, ao qual se juntam novas pessoas que estamos a incorporar.

Existem processos de admissão a correr...

Nós temos feito referência a uma nova geração de aeronáuticos que já começou a ser recrutada. O efeito deste novo aeroporto faz com que hoje, do lado do sector dos transportes, de todas as entidades que fazem parte do Ministério dos Transportes, estejamos a recrutar novos colaboradores. Seja para a Autoridade da Aviação Civil, seja para a Empresa Nacional de Navegação Aérea, seja para a Sociedade Gestora de Aeroportos. Todo o ecossistema dos transportes relacionado com a aviação está neste momento a recrutar.

Quanto tempo se espera que seja necessário até que possa chegar o novo operador do aeroporto, depois de passados todos os procedimentos do concurso?

Estamos a fazer tudo para que tenhamos um concurso credível e transparente, e que tenhamos o operador final já no III trimestre de 2024. Até lá quem vai gerir o aeroporto é esta equipa, o tal operador temporário.

O novo operador vai chegar no momento da transferência dos voos internacionais? Existe uma relação entre estes dois factos?

Não! Mas queríamos sincronizar isso. Até porque estamos a deixar no concurso um conjunto de acções que o operador definitivo é que vai ter de desencadear.

E vai absorver esta gente que está a agora a trabalhar e que estão a recrutar?

Essa é uma condição que temos colocado em todos os concursos de concessão que temos desenvolvido, que passa pela transferência deste capital humano para o operador definitivo. E é isso que também vai acontecer no novo aeroporto internacional. Não só as pessoas, mas também outros meios que este operador temporário há-de precisar para operar o novo aeroporto.

Leia o artigo integral na edição 747 do Expansão, de sexta-feira, dia 20 de Outubro de 2023, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)

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