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África

Costa do Marfim derruba África do Sul e tem 2.º melhor rating

BOTSUANA TEM MELHOR CLASSIFICAÇÃO DA ÁFRICA SUBSARIANA DA STANDARD & POOR

A S&P admite aumentar as notações se a posição orçamental da Costa do Marfim se fortalecer mais do que o esperado, especialmente se as melhorias resultarem do aumento das receitas públicas. Construção, energia, mineração e extracção de petróleo animam o crescimento económico do principal produtor mundial de cacau.

A Costa do Marfim ultrapassou a África do Sul e tornou-se o segundo país com melhor rating na África Subsariana em termos de risco soberano relativo à dívida externa, com o Botsuana a segurar o primeiro lugar nas classificações da Standard & Poor, com BBB+ e perspectiva estável.

A S&P afirmou os ratings de crédito soberano de longo e curto prazo em moeda estrangeira em BB- e em moeda local em B, e melhorou a perspectiva de "estável" para "positiva", na sua última análise sobre a Costa do Marfim. A agência de rating justifica a decisão com um crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB) "robusto", numa "média de 6,5%" entre 2023-2026, "apoiado nos investimentos em infraestruturas e no aumento da produção petrolífera e mineira".

A perspectiva estável para a Costa do Marfim "equilibra os riscos decorrentes do aumento dos custos de financiamento, das restrições de despesas de curto prazo e da elevada alavancagem externa, com perspectivas económicas robustas, um forte apoio dos doadores e uma redução esperada dos desequilíbrios orçamentais e externos", escreve a Standard & Poor, na nota aos investidores, divulgada quatro meses depois de o país regressar aos mercados da dívida, com a emissão de 2,6 mil milhões USD em eurobonds.

A agência adverte que pode baixar as classificações nos próximos 12 meses "se os défices orçamentais não diminuírem" como esperado, ou no caso de "um aumento pronunciado nas tensões sociopolíticas ou na segurança correr o risco de prejudicar a estabilidade económica".

Num cenário positivo, a S&P admite aumentar as notações se a posição orçamental da Costa do Marfim se fortalecer mais do que o esperado, especialmente se as melhorias resultarem do aumento das receitas públicas. "Um declínio maior do que o previsto tanto nos desequilíbrios externos como nas necessidades de financiamento também poderá apoiar uma acção de notação positiva", refere a agência, notando que o governo "tem um forte acesso ao financiamento concessional graças a relações sólidas com os doadores".

A Standard & Poor recorda que, em Abril de 2023, o país e o FMI chegaram a um acordo de nível técnico sobre um programa de 42 meses, financiado em 3,5 mil milhões USD, que deverá estar próximo da aprovação final, a que se soma um empréstimo de 1,3 mil milhões USD, ao abrigo do Mecanismo de Resiliência e Sustentabilidade.

Crescimento no sector mineiro e dos petróleos

Apesar dos desafios da guerra Rússia-Ucrânia, a economia da Costa do Marfim cresceu 6,7%, em 2023, animada pelos sectores da construção (+18,2%), energia (+20,3%), mineração (+10,8%) e extracção de petróleo (+10%). No sector dos hidrocarbonetos, são esperados mais investimentos, com a descoberta pela Eni de novos campos de petróleo e gás. As reservas são agora estimadas em 2,5 mil milhões de barris de petróleo e 3,3 biliões de pés cúbicos de gás, um aumento de 25% em relação às estimativas iniciais.

Leia o artigo integral na edição 778 do Expansão, de sexta-feira, dia 31 de Maio de 2024, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)

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