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Governo de Cabo Verde nega prospecção de petróleo sem o seu conhecimento

África

O ministro da Defesa cabo-verdiano negou que tenham sido realizados furos de prospecção de petróleo nas águas territoriais de Cabo Verde sem o conhecimento do Governo, contrariando a indicação avançada por um especialista local.

"Estamos longe de ser uma República que não presta o devido cuidado àquilo de que dispõe", disse o também porta-voz do Conselho de Ministros, órgão que se reuniu na quinta-feira na Cidade da Praia, salientando que, sobre a questão, "não há razão para preocupação nenhuma" e que se trata de "especulação".

No limite dos meios operacionais disponíveis, os recursos naturais e outros cabo-verdianos, os existentes e aqueles que possam ser meramente suspeitáveis que possam existir, "estão devidamente acautelados e protegidos", afiançou o ministro, citado pela agência noticiosa cabo-verdiana na Inforpress.

Segundo Jorge Tolentino, que não adiantou pormenores sobre os resultados da prospecção, trata-se de uma tarefa assegurada com recursos nacionais e também com o apoio de outros países e organizações internacionais.

O ministro da Defesa cabo-verdiano lembrou que existe uma comissão nacional para o alargamento da plataforma continental do país além das 200 milhas náuticas, que é "um objectivo estratégico para Cabo Verde" e que funciona na dependência do Ministério das Relações Exteriores.

Admitiu que a "especulação" pode ter a ver com a reunião, que decorreu esta semana na Cidade da Praia, do grupo sub-regional africano de Fixação dos Limites Exteriores da Plataforma Continental Além das 200 Milhas Náuticas, que pretende apresentar uma petição às Nações Unidas para o efeito.

"Mas não tem nada a ver com o alargamento da nossa plataforma continental e é absolutamente especulação o que se tem dito", reiterou.

Confrontado com o facto de ter sido o próprio coordenador da equipa cabo-verdiana no Comité de Ligação sobre a Fixação dos Limites a falar sobre os estudos que indiciam a realização de furos de prospecção de petróleo nas águas do arquipélago, Jorge Tolentino respondeu que "isso, de forma alguma, o Governo corrobora".

Para o ministro, cabe ao coordenador, António Lobo de Pina, sustentar as declarações.

Quarta-feira, em declarações à Rádio de Cabo Verde (RCV), Lobo de Pina disse que, em 2013, o Governo cabo-verdiano foi confrontado com indícios de furos de prospecção de petróleo nas suas águas territoriais sem que disse tivesse conhecimento.

Segundo Lobo de Pina, os indícios foram detectados durante a realização dos estudos científicos às águas territoriais cabo-verdianas elaborados por investigadores noruegueses que estão a apoiar, além de Cabo Verde, o processo de extensão da plataforma continental de seis outros países oeste-africanos, entre eles a Guiné-Bissau.

Lobo de Pina adiantou que o executivo cabo-verdiano, de José Maria Neves, desconhecia a situação até os técnicos noruegueses apresentarem o estudo geológico e de profundidade em redor das ilhas.

"Temos alguns furos que encontramos durante esses estudos, dentro das 200 milhas náuticas. Soubemos a data em que foram feitos, mas não soubemos quem os fez", disse o perito cabo-verdiano, admitindo que "alguém terá de ter dado autorização" à prospecção.

Lusa / Expansão

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