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África ganha mais um director no board do FMI e passa a ter 3

190 PAÍSES MEMBROS APROVAM AUMENTO DA REPRESENTAÇÃO AFRICANA EM MARRAQUEXE

"Uma maior representação africana no FMI e no Banco Mundial garantirá uma tomada de decisões mais justa e eficaz, mas também uma maior responsabilidade de execução e de prestação de contas sobre os resultados", declara Mo Ibrahim, criador da fundação que se assume como "guardião" da boa governação no continente.

O Banco Mundial (BM) e o Fundo Monetário Internacional (FMI) reforçaram a presença de África nos seus conselhos executivos, ao acrescentar um terceiro lugar para o continente nos boards, que passam de 24 para 25 directores, além do director- -geral, numa altura em que o FMI realiza a 16ª revisão das quotas, processo que deverá estar concluído até final do ano, para aumentar a representação das economias emergentes e dos países em desenvolvimento, designados hoje como Sul Global.

A decisão, aprovada pelos 190 países membros no início dos encontros anuais do FMI e do Banco Mundial em Marraquexe, Marrocos, é um passo no sentido de "aumentar a representação do continente africano no sistema multilateral internacional e financeiro", sublinhou segunda- -feira a Fundação Mo Ibrahim, organização do multimilionário sudanês, que premeia a boa governação em África.

"Uma maior representação africana no FMI e no Banco Mundial garantirá uma tomada de decisões mais justa e eficaz, mas também uma maior responsabilidade de execução e de prestação de contas sobre os resultados. Espero que isto seja apenas o início de uma reforma há muito esperada das instituições mundiais", declarou Mo Ibrahim. Esta "evolução" segue- -se à implementação de um assento africano permanente no G20", o que evidencia " que o impulso para a reforma multilateral global está a ganhar força".

O reforço da representação de África nos órgãos de decisão e a realização das reuniões anuais do Grupo do Banco Mundial no continente, 50 anos depois do último encontro em África, realizado 1973, em Nairobi no Quénia, surgem num contexto de fragmentação geoeconómica e de crítica crescente às organizações multilaterais, algumas de líderes africanos, como o Presidente nigeriano, Bola Tinubu, por causa de uma estrutura de governação que concentra o poder formal de decisão nas mãos de um pequeno número de países ricos.

Teste à legitimidade do FMI

"O FMI enfrenta o maior teste à sua legitimidade desde a sua criação, há quase 80 anos", resume o Financial Times, numa análise publicada terça-feira.

As reuniões anuais do FMI e do Banco Mundial, que decorrem em Marraquexe, de 9 a 15 de Outubro, "são uma oportunidade para catalisar a reforma do guardião económico global em declínio. Sem um esforço concertado entre os seus membros para a mudança, o FMI poderá ver a sua influência como credor de emergência mundial diminuir. Actuar como prestamista de última instância a nível mundial e liderar a restruturação da dívida soberana é uma tarefa complicada, mas essencial", escreve o mais influente jornal económico britânico.

Na mesma linha vem a reacção da Fundação Mo Ibrahim, que se tem assumido como um "guardião" da boa governação em África, o continente mais penalizado pelas múltiplas crises dos últimos anos e cujas economias enfrentam uma grave crise de endividamento, que retira margem e espaço para apostar no desenvolvimento. "Diversificar as perspectivas e equilibrar os processos de tomada de decisão é a única forma de garantir a eficiência e a sustentabilidade do multilateralismo", refere a organização.

Leia o artigo integral na edição 746 do Expansão, de sexta-feira, dia 13 de Outubro de 2023, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)

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