O primeiro-ministro de Portugal, António Costa, apresentou a demissão ao Presidente da República. A decisão surge na sequência das buscas efectuadas esta manhã pelo Ministério Público português à residência oficial do primeiro-ministro e a ministérios envolvidos em negócios de exploração de lítio em Montalegre.

Assim, António Costa vai ser alvo de uma investigação autónoma por parte do Supremo Tribunal da Justiça - o tribunal superior que tem competência para o fazer, tratando-se de uma alta figura do Estado. Em causa está o negócio que garantiu à Lusorecursos a exploração da mina de lítio em Montalegre, apesar de a empresa não fazer parte do grupo de empresas com direito de prospeção. O processo envolve suspeitas de corrupção.

António Costa confirmou, esta terça-feira, que se demite do cargo de primeiro-ministro, na sequência da investigação do Ministério Público a São Bento e aos Ministérios do Ambiente e das Infraestruturas.

"Não me pesa na consciência a prática de qualquer acto ilícito", disse numa declaração pública ao País, a partir de São Bento, onde declarou confiar "plenamente na justiça e no seu funcionamento" e estar "totalmente disponível para colaborar com a justiça para apurar toda a verdade seja sobre que matéria for".

O político e jurista português conseguiu, nas eleições legislativas de 30 de Janeiro de 2022, maioria absoluta ao arrecadar 41,6% dos votos e eleger 117 deputados, mas o seu governo esteve longe de ser consensual ao estar envolvido em diversas polémicas, levando à demissão de 13 governantes em menos de um ano de poder.

António Costa foi primeiro-ministro dos XXI, XXII e XXIII Governos Constitucionais (2015-2019, 2019-2022 e 2022-presente).