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Detido no aeroporto de Paris o homem suspeito de ter assassinado o jornalista Jamal Khashoggi na Turquia

Khalid Aedh al-Otaibi detido no Charles de Gaulle

As autoridades francesas detiveram esta terça-feira no Aeroporto Charles de Gaulle, em Paris, Khalid Aedh al-Otaibi, que viajava para a Arábia Saudita, e que é acusado de ser o responsável pela morte e esquartejamento do corpo do jornalista Jamal Khashoggi há três anos, em Istambul

As autoridades francesas detiveram Khalid Aedh al-Otaibi devido a um mandado de prisão turco, disse uma fonte policial francesa, quando Otaibi se preparava para viajar para a Arábia Saudita a partir do Aeroporto Charles de Gaulle, em Paris. O processo de extradição para a Turquia já começou, informou a Reuters.

Uma autoridade saudita, falando sob condição de anonimato ao The Washington Post, disse não ter ainda quaisquer informações sobre a prisão de Otaibi.

Otaibi faz supostamente parte de uma equipe de 15 membros enviada para executar Jamal Khashoggi dentro do consulado saudita em Istambul, em 2 de Outubro de 2018.

Khashoggi transformou-se num alvo depois de expressar duras críticas ao jovem príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, mas quando entrou no consulado para obter a papelada legal acreditava que estava seguro na Turquia.

Esta detenção é a primeira fora da Arábia Saudita e ocorre dois dias depois de o presidente francês Emmanuel Macron se ter encontrado com Mohammed bin Salman em Jeddah, na Arábia Saudita, como primeiro líder ocidental com algum destaque a visitar a monarquia do Golfo e a encontrar-se com o príncipe herdeiro depois da morte de Khashoggi, sendo que a Arábia Saudita, depois deste incidente, ficou relativamente isolada no plano internacional.

Em 2019, um tribunal saudita tinha já condenado cinco pessoas à morte e três a penas de prisão pelo assassinato do jornalista, mas as sentenças de morte foram posteriormente anuladas por elementos da família de Khashoggi decidiram perdoar os assassínios condenados o que de acordo com a lei saudita anula a sentença de morte. No entanto, o gesto da família pode ter sido motivado pelo facto de muito acreditarem que os homens condenados à morte não eram efectivamente os verdadeiros culpados pela morte do jornalista saudita que vivia nos Estados Unidos.

Os nomes e fotos dos 15 sauditas que desempenharam um papel no desaparecimento de Khashoggi foram publicados pela primeira vez pelo Sabah, um jornal turco próximo ao governo. E o governo turco sempre considerou que a monarquia saudita estava directamente implicada no desaparecimento, de forma cruel, do jornalista e opositor do regime saudita, embora mantenha relativamente ao assunto algumas ambiguidades.