"A solidariedade não é facultativa, mas um dever do artigo 1 da Declaração Universal dos Direitos do Homem", Jorge Sampaio.

Nascido em Lisboa, a 18 de setembro de 1939, Jorge Fernando Branco de Sampaio estudou nos liceus Passos Manuel e Pedro Nunes antes de se licenciar em Direito, na Universidade de Lisboa, em 1961.Nos protestos estudantis de 1962, em Lisboa, já assumia um papel de liderança como presidente da Associação de Estudantes, tendo depois seguido para a defesa de presos políticos.

Depois do 25 de Abril é um dos co-fundadores do Movimento da Esquerda Socialista (MES), mais tarde, em 1978, entra no Partido Socialista (PS). Na década de 1980 foi líder da bancada parlamentar do PS. Em 1989 foi eleito presidente da Câmara Municipal de Lisboa, numa coligação PS e PCP, derrotando Marcelo Rebelo de Sousa, o actual Presidente que na altura era o candidato à presidência câmara de Lisboa pelo PSD.

Chegou à Presidência da República em 1996, derrotando outro líder do PSD, Aníbal Cavaco Silva, que teria de esperar mais algum tempo para chegar ao Palácio de Belém. Sampaio é reeleito para um segundo mandato em 2001.

Enquanto Presidente protagonizou um dos momentos marcantes da história política recente de Portugal, a dissolução da Assembleia da República, que fez cair um governo liderando, na altura, por Pedro Santana Lopes.

Depois da sua saída do Palácio de Belém, a sede do poder presidencial em Portugal, dedicou-se, entre tantas outras causas, ao combate à tuberculose.

Jorge Sampaio estava de férias com a família no Algarve, no Sul de Portugal, quando dificuldades respiratórias o levaram a ser internado num hospital e, posteriormente, transportado de helicóptero para um hospital em Lisboa onde acabaria por falecer, aos 81 anos.

"Entre muitos defeitos que conheço em mim mesmo, um deles é ter muita capacidade de luta. Não parece, parece que sou um tipo frágil e que hesita, mas não gosto que me ponham a um canto. Saio de lá ao pontapé se for preciso", disse um dia.