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Opinião

2022 - Ano da queda das máscaras?

LABORATÓRIO ECONÓMICO

A acumulação primitiva muda de mãos, ficando a dúvida se os novos burgueses serão mais tarde julgados.

Como, ao que tudo indica, as máscaras protectoras da Covid-19 ainda não cairão em 2022, alertando a OMS para a elevada probabilidade de ocorrência de novas mutações do vírus principal, até a pandemia se transformar em endemia, ou seja, numa vulgar gripe, trata-se de reflectir se com as outras máscaras acontecerá o contrário.

Eleições, desemprego, inflação, recessão social, fome e pobreza um verdadeiro cocktail explosivo a que se deve juntar a falta de transparência na atribuição dos concursos públicos, tendente a criar uma elite empresarial e de servidores públicos de substituição e preparada para apoiar a permanência de João Lourenço no poder durante muitos anos.

Foi assim com José Eduardo dos Santos e não é esquisito que assim venha a ser com João Lourenço. As técnicas de preservação do poder são afinal universais e praticamente imutáveis na história da Humanidade. Assim aconteceu com os imperadores romanos, com Napoleão Bonaparte, com Napoleão II, com as ditaduras europeias e latino americanas, com a China mesmo na sua versão mais capitalista e socializante, etc.

As eleições são o ponto central de todos os acontecimentos de 2022. Quem as vencer será confrontado com um conjunto de problemas cujas raízes históricas remontam ao dealbar da independência do país, nunca resolvidos e ciclicamente renovados pela dependência do comportamento dos preços do petróleo.

Quem governa o país há 46 anos nunca conseguiu encontrar os caminhos da diversificação produtiva, do reforço da agricultura, da criação duma indústria transformadora moderna e inovadora (destruição criadora), dos fundamentos da investigação científica, da redução estruturada da pobreza e do desemprego, do reforço dos sectores sociais, da criação do capital social e institucional e da invenção de uma cidadania impeditiva da afirmação de focos de violência (doméstica, contra a criança, contra os cidadãos).

Num contexto de interferências políticas sobre os órgãos judiciais (em especial o Tribunal Constitucional), de domínio partidário da Comissão Nacional Eleitoral (uma espécie de círculo vicioso que confere a maioria deste órgão aos representantes de um só partido político porque a detém igualmente no Parlamento), de alteração da Lei Eleitoral e de influência total (na horizontal e vertical) do MPLA nas estruturas institucionais, que confiança podem ter os cidadãos na objectividade e isenção dos resultados das votações?

Os slogans eleitorais não passaram disso mesmo: "crescer mais para distribuir melhor" e "corrigir o qua está mal e melhorar o que está bem", não aconteceram na medida das expectativas criadas.

(Leia o artigo integral na edição 657 do Expansão, de sexta-feira, dia 14 de Janeiro de 2022, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)

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