Comunicação
No mundo de hoje, não é possível esconder o quer que seja, acaba sempre por saber-se, e dentro daquilo que são os parâmetros internacionais de transparência, quem esconde é porque tem um pecado, e neste caso em particular, como o Expansão explica, Angola nem tem uma culpa assumida, pelo contrário, está enredada num imbróglio jurídico de difícil resolução.
É fundamental que as instituições governamentais e públicas tenham uma comunicação pró-activa para evitar situações que ponham em causa a credibilidade do governo e do País, por inerência. Veja-se o que aconteceu com o recente episódio do credor internacional que reclama incumprimento do pagamento de uma dívida, que por falta de explicações por parte das autoridades, leia-se ministério das Finanças, acabou por originar um artigo no Financial Times que não é muito simpático para a nossa imagem no mundo. Tudo se resolveria com uma explicação.
No mundo de hoje, não é possível esconder o quer que seja, acaba sempre por saber-se, e dentro daquilo que são os parâmetros internacionais de transparência, quem esconde é porque tem um pecado, e neste caso em particular, como o Expansão explica, Angola nem tem uma culpa assumida, pelo contrário, está enredada num imbróglio jurídico de difícil resolução.
Mas existem outras fontes, outros envolvidos, e o Expansão acaba por identificar o banco queixoso e explicar a história dentro daquilo que investigou. E porque é que o Ministério das Finanças não falou connosco, dando-nos a sua versão que pode não ser exactamente igual à que obtivemos? Os responsáveis das instituições têm que se convencer que mesmo que não falem, as notícias saem na mesma.
O mesmo se passou no caso das mangas da TAAG. Se a companhia sabia que tinha proceder aquele despacho, que as bagagens de 100 passageiros tinham de ficar em terra, que esta era decisão da companhia, por que é que não informou com antecedência? Deixou que a questão viesse para as redes sociais, numa primeira fase as culpas eram atribuídas aos profissionais da companhia, e só quando sentiu que a onda cresceu de tal maneira que punha em causa a imagem da TAAG, é que veio explicar o que se tinha passado.
A consequência foi a chacota e o gozo, e possivelmente daqui a uns anos ainda nos vamos lembrar das mangas da TAAG. Não teria sido melhor explicar aos envolvidos que as suas bagagens chegariam 12 horas depois ao destino porque havia uma carga que teria de ser transportada, uma vez que no aeroporto 4 de Fevereiro não existe um armazém com condições para guardar a fruta? Teria impacto, claro, porque ninguém gostaria de passar por esta situação, mas o impacto não seria menor do que este?
Se a isto juntarmos conferências de imprensa feitas sem preparação, em que se misturam milhões com biliões (ou até bilhões), toneladas com quilos, factos com desejos, tudo registado com reportagens da TPA que ainda conseguem ir mais longe nas confusões e inverdades, percebemos que há muito a fazer em termos de comunicação. Porque é isto que descredibiliza o Governo e o País, que afecta a imagem de nós todos enquanto nação e que afasta os potenciais investidores internacionais.
Não é a publicação de notícias verdadeiras e credíveis, que embora possam não ser muito simpáticas, mas que reflectem o actual estado do País, que nos descredibilizam. É esta postura de comunicação e euforia nos discursos, que nos está a fazer mal. O ridículo mata, já diziam os mais velhos.