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Opinião

48 anos de Independência

EDITORIAL

Temos de olhar fria e objectivamente para o futuro, pensar no bem-estar de todos e escolher um caminho que torne o País capaz de acolher todos os seus cidadãos de uma forma digna. E isso não se faz com mentiras, com abordagens distorcidas da realidade, inventando "realidades" que não existem para manter privilégios que não se justificam. Mas isso também não se faz desistindo. Isso de meter a viola no saco e ir cantar para outra esquina também não é solução.

Tinha 11 anos quando o País se tornou independente, uma idade em que já se vai percebendo aquilo que está à nossa volta, sendo que o meu pai fez parte do governo de transição que saiu dos acordos do Alvor, e que levou o País de 31 de Janeiro de 1975 até à proclamação da independência, a 11 de Novembro desse ano. Por isso, tive oportunidade de lidar com muitos daqueles "mais velhos" que estiveram na primeira linha dos primeiros anos de Angola independente, de os ouvir e de perceber aquilo que os movia, do que tinha sido a sua luta e quais eram os seus sonhos.

48 anos depois, parece-me que o sonho maior foi atingido. Angola é mesmo um País independente com uniformidade territorial, reconhecido pelas instâncias internacionais, com uma bandeira e uma identidade própria e um povo único, apesar das inúmeras guerras internas e das diferentes origens. Já o desenvolvimento económico e social da população, a igualdade de oportunidades, um sistema de educação capaz de dar conhecimento a todos os angolanos, uma estrutura social tendo como base a meritocracia e o valor de cada um, bem, são desafios que ainda estão por cumprir.

Se o esperado desenvolvimento económico de Angola foi adiado nos primeiros anos de independência por uma guerra civil que destruiu as principais infraestruturas e unidades de produção, só em 1991, na preparação para as primeiras eleições legislativas, se voltou a ter a convicção que era desta que o País ia dar o salto. Que voltou a ser adiado depois do retomar das armas em 1992 quando foram anunciados os resultados do escrutínio.

Em 2002, com a morte de Jonas Savimbi e a assinatura do acordo de PAZ, voltou a haver tempo para pensar no desenvolvimento económico e social com todos os angolanos, como foi prometido. Passaram 21 anos e certamente que todos gostávamos que o crescimento económico do País tivesse sido maior e mais rápido, que houvesse mais riqueza que ricos, que os recursos tivessem sido devidamente aproveitados em prol do bem comum, que tivéssemos um melhor sistema de saúde, menos problemas com habitação, escolas públicas condignas para todos, etc, etc...

Sem esquecer o que se passou nestes 48 anos, temos de olhar fria e objectivamente para o futuro, pensar no bem-estar de todos e escolher um caminho que torne o País capaz de acolher todos os seus cidadãos de uma forma digna. E isso não se faz com mentiras, com abordagens distorcidas da realidade, inventando "realidades" que não existem para manter privilégios que não se justificam. Mas isso também não se faz desistindo. Isso de meter a viola no saco e ir cantar para outra esquina também não é solução.

O momento é de todos darmos a nossa opinião e a nossa contribuição no dia a dia. Fazer o melhor, mesmo que isso seja incómodo ou trabalhoso. O momento é de consolidar a independência e desenvolver o País. Que é de todos. Ninguém tem a exclusividade da Nação. Ninguém!!!

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