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Opinião

Pagamentos da Sonangol à Trafigura não pagam dívida dos 'Donos Disto Tudo'?

Angola e o Mundo

Congratulo-me que os programas que vêm a ser implementados pelo Executivo desde 2004 e praticamente paralisados desde o segundo semestre de 2014, tenham enfim continuidade, com a recente aprovação do Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM).

Os Fundos Soberanos são criados visando prover as gerações futuras com os benefícios essencialmente da exploração do petróleo, por se tratar de matéria prima imprescindível e escassa, amenizar a valorização excessiva da taxa de câmbio, por meio da sua aplicação em investimentos externos rentáveis e aumentar as Reservas Internacionais Líquidas, que fortalecendo o Kwanza ajudariam na diversificação da economia. Nesse caso não se deveria ter tido em conta o parecer da Assembleia Nacional?

Em vez de se ir buscar os 2 mil milhões USD ao Fundo Soberano, para implementação do PIIM, não se poderia ter deixado de pagar certas indemnizações de acordos com falsos investidores, que não aportaram nem 1 cêntimo para Angola, ou para os associados angolanos, incluindo à Sonangol (tal como o caso de uma empresa que tinha entre os antigos sócios, um dos seus administradores, isto é o ex-vice-Presidente da República), ou adiar o pagamento de dívidas não auditadas?

Não se poderia ainda utilizar parte do dinheiro repatriado por possíveis "mecenas", cognominados de "Donos Disto Tudo" (DDT), que tendo confessado que o levaram para o exterior ilicitamente, tenham prometido repatriá-lo?

E porque não ir buscar o dinheiro aos bilionários devedores do Estado, que comprovadamente exerceram uma gestão danosa na sua passagem pela Endiama e Sonangol, onde a coberto de apoiarem o fomento empresarial, se locupletaram eles mesmos quer com dinheiro dos lucros, como de financiamentos da China ao Estado, pagos com petróleo e repartiram os empréstimos quase sem juros, essencialmente, com os seus protectores da Segurança da Presidência da República, desde 2004?

O objectivo desses senhores, era alavancar os seus negócios pessoais, dentro e fora de Angola e ter garantido um dos seus delfins no poder. Para o efeito, sugeriram incluir nos seus negócios, alguns familiares de JES e figuras proeminentes do BP e do CC do MPLA ( para os terem na mão), ou os seus testas de ferro.

Não tenho conhecimento de legislação que regule que a Sonangol esteja autorizada a constituir um fundo para apoiar o fomento empresarial e que esse financiamento tivesse de ser direccionado a um núcleo restrito ligado ao poder, que em meu entender lá se mantém.

Porém, tenho a certeza, que não constam em nenhum desses negócios chorudos, os nomes de pelo menos dois dos filhos de JES, a menos que inventem e que ponham o dinheiro nas suas contas, o que nesta altura daria muito jeito.

Por exemplo, a quem pertence o fundo chinês de investimento de capital Lektron Capital (Portmill Investimentos e Telecomunicações, Lda), fundado em 2011 como Global Finance (que de chinês não tem nada) e em 2014, mesmo quando o preço do petróleo iniciou a vertiginosa descida, segundo informação de certa imprensa, não desmentida, ainda obteve um "empréstimo" de mais 125 milhões USD da Sonangol, para adquirir acções do Banco Económico, que resultou do BESA falido, que os mesmíssimos "DDT" ajudaram a rebentar? E a quem pertence o grupo GENI, a quem a Sonangol também emprestou 53 milhões USD?

Não se trata apenas de duas empresas têxteis, da Biocom e do Banco Económico. Já não falando dos vários bancos alavancados pela Sonangol. Não seria também possível publicar as garantias que foram dadas para a criação de empresas petrolíferas, das quais uma on shore, entre outras ? Quais os nomes dos seus associados? (...)



(Leia o artigo integral na edição 533 do Expansão, de sexta-feira, dia 19 de Julho de 2019, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)

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