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No 112º aniversário de Óscar Ribas Casa-Museu vai revelar documentos inéditos

Duas exposições entre finais de Agosto e o mês de Novembro

No âmbito da celebração do 112º aniversário do nascimento do escritor e ensaísta, Óscar Ribas, até meados de Novembro vão decorrer duas exposições que retratam a vida e obra daquele que foi uma das maiores fontes da oralidade em Angola, falecido em 2004, sendo que um dos eventos vai trazer à luz do dia documentos inéditos.

'Expo Ribas' é o evento que homenageia o escritor, entre 17 e 28 de Agosto, na Casa Museu Óscar Ribas, mostra que é uma miscelânea de artes, da literatura à música, passando pela fotografia e debates.

Também a partir de 17 deste mês, e até 17 de Novembro estará patente outra exposição fotográfica, documental e audiovisual inédita.

'A Caixa Preta', de Óscar Ribas, integra uma feira do livro designada 'Ler óscar Ribas', entre os dias 19 e 26 de Agosto, complementada com debates sobre a vida e obra do autor de Uanga - Feitiço.

Óscar Ribas, escritor, etnógo e ensaista, fundador da ficção literária angolana e de parte do património nacional, é uma figura cimeira da cultura nacional, Óscar Ribas deixou um valioso legado literário, tendo recuperado muitos temas da tradição oral, filologia, religião tradicional e filosofia dos povos de língua quimbundu.

Ao Novo Jornal, Sidónio Domingos, director-geral da Casa-Museu Óscar Ribas considera que "estas jornadas despertarão a apetência da sociedade, em saber muito mais sobre aquele que foi uma das mais importantes engrenagens na articulação do discurso oral da tradição para a narrativa moderna do pensamento cultural, na segunda metade do século XX, pelo que estão previstas estas e outras actividades", explicou.

A Casa-Museu Óscar Ribas é uma instituição de carácter científico, técnico, cultural e educativo, que tem como objectivos preservar, conservar, investigar e divulgar os testemunhos da vida e obra de Óscar Ribas.

Óscar Ribas, nasceu em Luanda a 17 de Agosto de 1909, filho de Arnaldo Gonçalves Ribas, natural cidade Guarda (Portugal), de avós descendentes de espanhóis, e de Maria da Conceição Bento Faria, esta última nascida em Luanda. Viveu em Novo Redondo (atual Sumbe), Benguela, Ndalantando e Bié.

Ainda estudante do liceu, publicou 'Nuvens Que Ficam Verdes' (1927) e 'Resgate de uma Falta de Educação' (novela, em 1929), ao que se seguiram 'Flores e Espinhos Uanga' (1950) e 'Ecos da Minha Terra Natal' (1952) e 'Uanga - Feitiço' (romance folclórico, 1955) e 'Ilundo - Espíritos e Ritos Angolanos' (1958).

Na década de 1960 publicou 'Missosso' (três volumes - 1961, 1962 e 1964), 'Alimentação regional Angolana' (1965), 'Izomba - Associativismo e Recreio' (1965); 'Sunguilando - Contos Tradicionais Angolanos' (1967), 'Kilandukilu - Contos e Instantâneos' (1973) e 'Tudo Isto Aconteceu - Romance Autobiográfico' (1975).

Após uma pausa de quase duas décadas, Óscar Ribas voltou aos livros com 'Cultuando as Musas - Poesia' (1992), ao que se seguiu o 'Dicionário de Regionalismos Angolanos'.

O escritor, etnólogo e ensaísta angolano foi galardoado com inúmeras distinções, com destaque para os prémios Margaret Wrong (1955), de Etnografia do Instituto de Angola (1958) e Monsenhor Alves da Cunha (1962).

Óscar Ribas foi também distinguido como Membro Titular da Sociedade Brasileira de Folclore (1954), com a Medalha Oficial da Ordem do Infante, atribuída pelo Governo português (1962), com a Medalha Gonçalves Dias, pela Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro (1968), e com o Diploma de Mérito da Secretaria de Estado da Cultura de Angola (1989).