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Angola

Terminal da Barra do Dande pronto 13 anos depois da sua apresentação

FIM DO ARMAZENAMENTO DE COMBUSTÍVEIS NO MAR

A infraestrutura vai ter uma capacidade para armazenar 580 mil metros cúbicos de combustíveis e será a plataforma logística de distribuição para todo o País. O custo foi estimado em 700 milhões USD, teve três empreiteiros e uma história complicada desde que o projecto foi apresentado em 2012.

O Terminal Oceânico da Barra do Dande (TOBD) será o entreposto nacional de armazenagem e distribuição de combustíveis do País, sendo que quando estiver operacional, os barcos irão descarregar directamente no local os combustíveis refinados onde serão armazenados, e a partir daqui serão distribuídos para todo o País. Em termos de infraestruturas, o terminal comporta 16 tanques de combustíveis líquidos (8 de gasóleo e 8 de gasolina), 34 tanques de LPG, com capacidade para 580 mil metros cúbicos (320 mil metros cúbicos de gasóleo, 160 mil de gasolina e 102 mil de LPG (gás de uso doméstico)).

Um valor que em situação de crise "possibilita uma autonomia de abastecimento em todo o País de 30 dias", explicou o ministro Diamantino de Azevedo, reforçando que o PDN 2023-2027 prevê que Angola tenha uma capacidade de armazenamento de combustíveis em terra de 1,26 milhões de metros cúbicos. Para isto acontecer, vai ser necessário construir outras unidades logísticas no território nacional.

O projecto conta ainda com a "unidade 200", um conjunto de pipelines que interliga as várias unidades de projecto, os vários tanques, e a movimentação de produto recepcionado para o mar, para os tanques, e dos tanques para os camiões. Tem ainda uma unidade de captação de água a partir do rio Dande, laboratórios, armazéns, oficina, sistemas de energia, etc. Toda esta infraestrutura é gerida por uma Sala de Controlo.

Vão também nascer no seu perímetro diversos projectos industriais, sendo que nesta altura já está contratualizada a implantação de fábricas de azulejos, mosaico e papel, indústrias de silício de quartzo, alumínio, plásticos e material hospitalar descartável, além do grande projecto imobiliário Dubai Investements Park Angola. Antes da cerimónia de inauguração, o PCA da Sonangol, Sebastião Gaspar Martins, assinou contratos de parceria com a BP, Vitol Trafigura, Sahara, Gemcorp, Sinochem, Glencore, Antenoc e Total.

De acordo com Mauro Graça, gestor do projecto, o grande benefício da operacionalidade do terminal é a eliminação permanentemente do armazenamento flutuante. "Com esta infraestrutura, o País passa a ter a capacidade para receber todo o produto que for consumido internamente, armazená-lo por inteiro no TOBD, e a partir daqui, fazer todo o processo logístico de distribuição entre as várias instalações e pontos de consumo do Terminal", sublinha.

Já o presidente da República, destacou a autosuficiciência no sector do petróleo e gás como maior objectivo, destacando a importância estratégica do TOBD e da refinaria do Lobito. "Se nos próximos anos concluirmos as obras da Refinaria do Lobito, aí sim, poderemos dizer que em termos de auto-suficiência na produção de combustíveis, estaremos bem, e o País estará igualmente bem", sustentou.

A propósito do combate ao contrabando de combustíveis, e para além das medidas de carácter policial, João Lourenço falou também da necessidade do ajustamento do preço dos combustíveis ao preço real. "Importamos a um preço e vendemos a um preço inferior ao da importação. Ou seja, o País está a perder dinheiro. Compra a 10 e vende a seis. Isto é uma situação que, uma vez resolvida, com certeza vai desencorajar todos aqueles malfeitores que estão envolvidos no contrabando de combustíveis", reforçou.

Leia o artigo integral na edição 813 do Expansão, de sexta-feira, dia 14 de Fevereiro de 2025, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)

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