A importação de carne de frango e de medicamentos no I trimestre deste ano mais do que duplicou face ao período homólogo, enquanto a compra de arroz ao estrangeiro caiu para metade, de acordo com cálculos do Expansão com base em dados da AGT sobre as trocas comerciais de produtos do PRODESI. Angola exportou apenas 28 milhões USD dos denominados produtos da diversificação económica.

Nos primeiros três meses deste ano, Angola importou um total de 479,4 milhões USD em mercadorias que constam na lista dos 54 produtos do Programa de Apoio à Produção, Diversificação das Exportações e Substuição de Importações (PRODESI), o que representa um crescimento de 10% face aos 437,1 milhões registados no mesmo período do ano passado. Contas feitas, o País gastou mais 42,3 milhões USD.

Este crescimento deve-se, sobretudo, à subida das importações de carne de frango e de medicamentos, que são as mercadorias que lideram o ranking dos produtos mais importados. No I trimestre deste ano, foram importadas 91.325 toneladas de carne de frango, mais 70% do que no período homólogo, e 4.747 toneladas de medicamentos, mais 86% do que entre Janeiro e Março de 2023.

O óleo de palma fecha o pódio deste ranking, com uma subida de 38% no valor gasto na importação deste bem alimentar. Assim, carne de frango, medicamentos e óleo de palma valem 57% dos produtos do PRODESI importados no I trimestre deste ano.

Depois de ter sido o produto mais importado entre Janeiro e Março do ano passado, a importação de arroz no I trimestre deste ano caiu 47% para 46,7 milhões USD. O facto de se terem importado menos 23.569 toneladas face ao I trimestre de 2023 ajuda, também, a explicar o crescimento dos preços do arroz nos últimos meses, cumprindo-se a velha máxima da lei da oferta e da procura, em que quando a oferta é inferior à procura os preços sobem. Só entre Dezembro do ano passado e Março deste ano, em média, o preço de um saco de arroz de 25 Kg subiu 26%, passando de 21,0 mil Kz para 26,5 mil Kz.

Destaque também para a queda em 77% na importação de açúcar, equivalente a menos 42 milhões USD face aos 54,3 milhões USD importados no I trimestre de 2023 e a descida, também, da importação de óleo de soja (-77%). Ainda dentro das importações, a compra de grãos de milho disparou este ano 928% em toneladas, apesar de ter diminuído em valor. Ou seja, de acordo com os dados da AGT, cada uma das 916 toneladas de milho importadas no I trimestre do ano passado ficou a 7.689 USD, enquanto cada uma das 9.423 toneladas importadas no mesmo período deste ano ficou a 685 USD, cerca de 11 vezes menos.

Assim, contas feitas, nos primeiros três meses deste ano, Angola importou 479,4 milhões USD em produtos do PRODESI, mais 10% face aos 437,1 milhões do mesmo período de 2023, mas, ainda assim, inferior em 8% face aos 518,8 milhões USD importados entre Janeiro e Março do ano eleitoral de 2022, período esse em que a mercadoria mais importada foi, precisamente, o arroz, cuja produção nacional apenas cobre 3% do consumo do País.

(Leia o artigo integral na edição 774 do Expansão, de sexta-feira, dia 03 de Maio de 2024, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)