Tensões EUA-China prejudicam petróleo
Os preços do petróleo registaram queda devido ao regresso das tensões comerciais entre os EUA e a China. Mercados financeiros ganharam força com resultados positivos de empresas cotadas e perspectiva de mais cortes de juros pela FED.
O petróleo desvalorizou mais de 4% nos últimos 7 dias, reflectindo principalmente o retorno das tensões comerciais entre os Estados Unidos da América (EUA) e a China. Recentemente, os dois países começaram a cobrar taxas portuárias adicionais às empresas de transporte marítimo, o que aumentou a incerteza sobre o futuro da actividade económica nas duas maiores economias e principais consumidores do petróleo do mundo.
Além disso, o relatório da Agência Internacional de Energia (AIE) indicou que o mercado global de petróleo deverá enfrentar excedente no próximo ano de até 4 milhões de barris por dia, um crescimento de quase 20% em relação ao excedente antecipado na previsão anterior.
Os investidores também estão atentos à possibilidade de aumento da oferta devido à primeira fase do acordo de cessar- -fogo em Gaza, formalizado esta semana, que pode aliviar as tensões no Médio Oriente e facilitar a passagem de petroleiros pelo Canal de Suez e pelo Mar Vermelho.
O preço do Brent, referência para as exportações angolanas, recuou 4,49% para 62,28 dólares por barril, enquanto o preço do WTI caiu 4,63% para 58,65 dólares por barril.
Nas bolsas, nos EUA, o índice de referência S&P 500 acumulou um ganho semanal de 0,14% para 6 654,72 pontos, enquanto na Europa o Stoxx 600 avançou 0,82% para 567,65 pontos, com os investidores a reagirem positivamente aos comentários do presidente da Reserva Federal, cujas declarações sugeriram que a FED poderá efectuar novos cortes nas taxas de juro ainda este ano. O mercado está expectante com pelo menos mais dois cortes nos juros, de 25 pontos bases, nos meses de Outubro e Dezembro.
O início da época de divulgação de resultados também tem estado a influenciar positivamente os mercados accionistas, numa altura que várias empresas cotadas na Europa e nos Estados Unidos apresentaram lucros acima do esperado. Além disso, a perspectiva de um possível fim das tensões políticas em França contribuiu para o bom desempenho das bolsas europeias.
Já no mercado de metais, o preço do ouro acumulava, até quarta-feira, uma valorização semanal de 5,7%, atingindo os 4.207,02 dólares por onça, perto do máximo histórico, reflectindo a incerteza persistente em torno do conflito comercial EUA-China.
Por fim, no mercado cambial, o Índice Bloomberg do Dollar Spot valorizou 0,23%, enquanto o par Euro/USD depreciou cerca de 0,20% para 1,16 dólares por euro, como reflexo da fragilidade do euro, numa altura que o primeiro- -ministro francês é reconduzido.