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Economia

BNA mantém curso da política monetária e revê em alta inflação para 27,0%

ÚLTIMA REUNIÃO DO COMITÉ DE POLÍTICA MONETÁRIA DO ANO

Trata-se da terceira previsão do BNA em relação à inflação para 2024, depois dos 19,0% avançados no início do ano, dos 23,4% da primeira reavaliação em Maio e dos, agora, 27,0%. Já em 2023 apontou inicialmente a entre 9% e 11%, reviu depois para 12% a 14% e no final a inflação foi de 20,0%.

O Comité de Política Monetária (CPM) do Banco Nacional de Angola (BNA) decidiu não mexer nas taxas de juros, mantendo assim inalterado o curso da política monetária, com o governador do banco central a alertar que, apesar da trajectória dos preços estar descendente, o seu nível mantém-se ainda elevado.

Naquela que foi a 120ª reunião Ordinária do Comité de Política Monetária, que decorreu no Cuanza-Norte, Manuel Tiago Dias avançou com a revisão em alta da inflação para este ano de 24,3% para 27,0%, num exercício de revisão que já é habitual no banco central.

"A condução da política monetária em 2024 tem ocorrido num contexto macroeconómico desafiante, caracterizado pela irregularidade na oferta de bens, a eliminação gradual dos subsídios aos combustíveis, os ajustes nos preços de comunicação, transportes e educação, assim como a persistente subida de preços da classe de saúde. Assim, perspectiva-se que a inflação no final do ano se situe em torno de 27,0%", disse Manuel Tiago Dias, esta terça-feira.

O banco central decidiu manter a taxa BNA em 19,5%, bem como manter a taxa de juro de facilidade permanente de cedência de liquidez em 20,5% (taxa que o banco central cobra aos bancos para lhes emprestar dinheiro) e a taxa de juro de facilidade permanente de absorção de liquidez em 18,5% (taxa que os bancos recebem para depositar fundos no banco central). É a terceira vez consecutiva que o CPM opta por manter as taxas de juro, ainda que a inflação esteja a desacelerar. Ainda assim, era a decisão esperada pelos especialistas, já que a inflação continua demasiado elevada e, sem uma descida acentuada, é quase obrigatório que as taxas de juro se mantenham altas.

Este "imposto escondido", que é a inflação, tira valor ao dinheiro e tem efeitos negativos sobre o crescimento económico, já que quanto mais alta for mais retrai investimentos e diminui o consumo. Quando a inflação está alta, os bancos centrais aumentam as taxas de juro, encarecendo o crédito, o que desincentiva o consumo e o investimento, já que as empresas e as famílias têm de gastar mais para cumprir com as suas obrigações com a banca.

Leia o artigo integral na edição 803 do Expansão, de sexta-feira, dia 22 de Novembro de 2024, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui.

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