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Economia

Estabilidade do kwanza afunda rácio da dívida de 128,7% para 84,8%

De finais de 2020 até Setembro deste ano

Apesar de a dívida pública estar ainda vulnerável a choques externos - como a queda dos preços do petróleo ou a desvalorização cambial - a queda do rácio para valores abaixo dos três dígitos, depois do pesadelo de 2020, é um importante indicador para a sustentabilidade das finanças públicas

O rácio da dívida pública sobre o Produto Interno Bruto (PIB) caiu de 128,7% para 84,8%, entre Dezembro do ano passado e Setembro deste ano, de acordo com as últimas projecções do Governo, que constam no relatório de fundamentação da proposta de Orçamento Geral do Estado para 2022.

Apesar de uma queda ligeira no stock da dívida, esta descida do rácio resulta sobretudo da estabilização da moeda nacional face ao dólar e da subida do PIB nominal. Depois de, no final de 2020, o rácio da dívida governamental + empresas públicas/PIB ter atingido o valor mais alto de sempre - devido em plena pandemia da Covid-19 à queda do preço do barril de petróleo e à forte depreciação do Kwanza, que, por sua vez, teve efeitos negativos sobre o PIB nominal - agora as projecções do Governo para 2021 apontam a uma descida do rácio para 82,1% no final deste ano.

O Executivo avança no relatório de fundamentação da proposta de OGE 2022 que a evolução favorável do rácio da dívida em 2021 se deve à maior "estabilidade da taxa de câmbio", numa justificação corroborada pelo economista Wilson Chimoco, que considera esta uma "boa notícia, uma vez que é um importante indicador para aquilo que é a sustentabilidade" das finanças públicas.

"Esta redução no rácio de endividamento, num contexto em que o Estado se beneficiou do programa de Suspensão do Serviço da Dívida Pública do G20 em 2020 e 2021, só pode ser explicado pelo aumento nominal do PIB e da desaceleração do stock da dívida em moeda estrangeira com a apreciação do Kwanza", refere o economista.

(Leia o artigo integral na edição 650 do Expansão, de quarta-feira, dia 10 de Novembro 2021, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)