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Maersk Line mantém receitas de 300 milhões USD em 2013

Já nas bancas

O porto de Luanda contribui com 92% do total do volume de contentores transportados pela empresa, sendo que o Lobito é responsável por 5% do total das importações.

 

A Maersk Line Angola teve receitas de 300 milhões USD (29,5 mil milhões Kz) em 2013 no transporte marítimo de contentores do estrangeiro para os portos do País, anunciou recentemente o seu director para Angola, em conferência de impressa.

Numa altura em que se regista uma diminuição no valor do frete, Marcos Rosa adiantou que o mesmo valor de receitas foi arrecadado em 2012, sendo que a Maersk faz escalar ao País cerca de quatro navios semanais, perfazendo mais de 200 por ano.

O porto de Luanda, segundo o responsável, contribuiu com 92% do total do volume de contentores transportados pela empresa, sendo que o Lobito contribuiu com 5%. O porto de Cabinda contribui com apenas 3% para o volume de contentores que entraram no País, mas Marcos Rosa adiantou que o desempenho da unidade, com um aumento no volume de mercadorias, foi uma "grande surpresa" para a empresa.

O gestor frisou que, em 2013, o aumento do volume de importação de contentores na região foi de 30% em relação ao total nacional, tendo superado os portos do Namibe e do Lobito. Marcos Rosa acredita assim que o desenvolvimento da empresa deve passar necessariamente por Cabinda.

O responsável da Maersk em Angola revelou que a empresa deverá investir na recuperação da sua agência de Cabinda, no sentido de melhorar o atendimento ao público e promover o crescimento local. Segundo Marcos Rosa, o porto do Lobito é outra unidade com enorme potencial que deverá contribuir significativamente para o aumento do fluxo de mercadorias, terminadas que estão as obras de modernização e expansão da infra-estrutura.

A Maersk aguarda a chegada dos comboios dos Caminhos- -de-Ferro de Benguela (CFB) aos países vizinhos, como a Zâmbia e a República Democrática do Congo, para ver aumentar o fluxo de mercadorias em circulação neste corredor e, consequentemente, o volume de negócios da empresa.

O gestor assegurou igualmente que a Maersk continua a ser líder mundial no transporte de contentores e, no País, situa- se entre os três maiores operadores. Acrescentou que, em 2013, o volume de contentores transportado cresceu 8%. Nova pauta aduaneira afecta negócio De acordo com Marcos Rosa, a nova pauta aduaneira, que entrou em Março passado, está a influenciar o transporte de contentores, principalmente no corredor de Portugal-Angola.

A cerveja foi fortemente afectada pelo agravamento das taxas aduaneiras. "O volume de importação do produto neste corredor representa 20% a 25% do volume de negócios. O efeito da medida sobre a cerveja fez diminuir a importação de contentores daquele país para Angola, tendo sido ultrapassado pela China em 2013", disse o entrevistado.

Outro produto que sofreu os efeitos da nova pauta aduaneira foi o ovo proveniente do Norte da Europa, cujas taxas aduaneiras também foram agravadas, tendo as suas importações sido reduzidas. "Acredito que a desaceleração do volume de importação da empresa em relação a 2013 já foi um reflexo antecipado da nova pauta aduaneira.

Em 2014 antevemos um crescimento na movimentação de contentores para Angola ainda menor em relação ao ano passado." Segundo o gestor, deverá crescer apenas 6%. Incapacidade dos portos nacionais Entretanto, Marcos Rosa mostrou- se preocupado com a incapacidade dos portos nacionais em receberem navios de grande porte, designadamente o Triple-E, o maior navio do mundo, que tem 400 metros de comprimento e uma capacidade de 18.000 TEU de 20 pés.

A Maersk Line encomendou um total de 20 destas embarcações, cuja substituição será feita de forma gradual ao longo dos próximos dois anos na rota existente entre a Ásia e a Europa do Norte, conforme notou Marcos Rosa. "O Triple-E é tão impressionante, que poucos portos conseguem acomodá-lo.

Está a ser aplicado, actualmente, no corredor da Ásia-Europa, passando pelo canal no Suez. Atende também o mediterrâneo, sendo quatro vezes maior do que o maior navio que atraca em Angola." O Wafmax, com o qual a Maerk atraca nos portos nacionais, possui 32 metros de largura e uma capacidade de 4.500 TEU.

Os portos de Angola recebem navios com um calado máximo de 13,5 metros. "Não acredito que o Triple-E venha a escalar Angola tão cedo, mas existem navios com classes anteriores ao Triple-E, com capacidade de 15.000 e 8.000 TEU, respectivamente", disse o responsável. No curto prazo, revelou Marcos Rosa, a Maersk deverá apostar numa dragagem no Porto de Luanda para atender os navios com maior calado. A longo prazo, a empresa está atenta ao desenvolvimento dos portos do Dande e do Porto Amboim, no Kwanza Sul.

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