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ENSA mantém-se líder mas perde quota, MUNDIAL sobe 8 lugares no ranking

RANKING DO MERCADO SEGURADOR 2022

A ENSA tem vindo a perder quota de mercado nos dois últimos anos, passando de 37,19% em 2020 para 30,59% em 2022, mas mantém a liderança do mercado de seguros. No entanto, a NOSSA SEGUROS está cada vez mais perto, passando de um diferencial de 26,52% em 2020 para apenas 15,29% no ano passado. A MUNDIAL subiu oito lugares e está agora na 5ª posição.

Em processo de preparação para a privatização, a ENSA Seguros perdeu, em 2022, 4,6% de quota de mercado, passando de 35,2% em 2021 para 30,6% o ano passado, sendo que no IV Trimestre foi apenas a quarta seguradora em termos de prémios brutos vendidos, com uma quota de 10,9% das vendas globais. Já no II Trimestre tinha sido ultrapassada pela NOSSA Seguros que garantiu 15,9% das vendas do mercado contra os 14,6% da seguradora estatal.

O presidente da Comissão Executiva (PCE) da ENSA, Mário Mota Lemos, explicou que a perda da liderança da seguradora no IV trimestre está relacionada com a alteração dos períodos de renovação das apólices das grandes empresas. "Os clientes alteraram os períodos de renovação das apólices de Setembro ou Outubro para Janeiro. Temos observado que aqueles negócios que nós tínhamos no final do IV trimestre começaram a passar para Janeiro. Os negócios pequenos como o automóvel fazem-se todos os anos, mas os grandes contratos têm grande diferença, como da TAAG, o sector petrolífero e os acidentes de trabalho, que na sua generalidade passaram a renovar as apólices em Janeiro", disse ao Expansão.

O grande destaque em 2022 vai para MUNDIAL Seguros que deu um salto enorme, passando de 13ª maior operadora do mercado em 2021 para 5ª maior no final de 2022, vinda de uma falência técnica registada em 2020, quando os seus passivos (13.483 milhões Kz) eram superiores aos activos (10.554 milhões Kz). No exercício de 2022, a seguradora captou prémios brutos avaliados em 20.493 milhões Kz quando em 2021 tinham sido de 4.487 milhões Kz. Em termos práticos, um crescimento de mais de 350%.

A seguradora faz parte do universo BPC, e de acordo com uma fonte da instituição, este resultado é fruto da operacionalização da distribuição através do bancassurance, porque "em 16 anos de história nunca a companhia tinha conseguido aplicar este tipo de negócio de distribuir através do banco", aproveitando a dimensão da cobertura da rede BPC em todo o País.

A fonte acrescenta ainda que a companhia cresceu em todos os ramos, essencialmente no ramo Vida, contribuindo no que se pretende, que é ter número cada vez mais parecido com a África do Sul, que é uma referência em África, onde o ramo Vida já ultrapassou o Não Vida, com uma taxa de penetração que se aproxima dos 10%.

Acrescente-se que no global da sua participação no total das vendas de prémios brutos em Angola, o ramo Vida cresceu 256%, passando de 7.840 milhões Kz em 2021 para 27.887 milhões Kz em 2022. Também é de realçar que o I e o III trimestre têm vendas similares e muito acima do II e IV trimestre, o que revela que grande parte dos prémios emitidos no nosso mercado são de periodicidade semestral.

Destaque também para a NOSSA Seguros que tem vindo a crescer de forma sustentada a sua quota de mercado, 10,47% em 2019, 11,29% em 2020, 13,02% em 2021 e no ano passado chegaram a 15,30%. Mantêm a segunda posição, mas encurtaram bastante a liderança face ao líder, em 2020 era de 26,52% e em 2022 está apenas a 15,29%. No último trimestre de 2022 a empresa foi líder destacada com 25,5% da emissão de prémios.

A administradora executiva da empresa, Cristina Nascimento, acredita que este resultado do último trimestre deu-se pelo facto de a empresa ter ganho vários clientes sobretudo corporativos. "Ganhámos muitos clientes sobretudo corporativos que poderão ter vindo de outras empresas. Embora estejamos no segundo lugar gostávamos de liderar o mercado", manifesta, acrescentado que os rankings são importantes porque permitem ter uma visão mais geral do mercado.

A Sanlam continua a ser o terceiro operador do mercado, apesar de um crescimento ligeiro em 2022, passando de 11,20% para 11,52%. Refira-se que as cinco primeiras empresas do mercado têm nesta altura uma quota aproximada de 75%, tal como acontecia em 2019, o que significa que as perdas da ENSA foram ganhas pelos seus principais concorrentes.

(Leia o artigo integral na edição 715 do Expansão, de sexta-feira, dia 10 de Março de 2023, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)