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Empresas & Mercados

Importação de veículos regista um tombo de 72% para 3.184 unidades

IMPORTAÇÃO DE CARROS NOVOS E USADOS NO I TRIMESTRE DE 2024

Empresários do sector automóvel em Angola acreditam ser o mau indicador para a sua actividade. São várias as razões apontadas pelos concessionários de automóveis e empresas que importam e comercializam veículos novos e usados. Limitações financeiras e crise cambial são os suspeitos do costume. Entre Janeiro e Março, em cada 10 carros importados, três vieram da China.

Nos primeiros três meses de 2024, o País importou apenas 3.184 veículos novos e usados de diversas marcas e modelos, representando um tombo brutal de 72%, quando comparado ao mesmo período de 2023, indicam os dados da Agência Reguladora de Certificação de Carga e Logística de Angola (ARCCLA) publicados recentemente no seu Boletim Estatístico.

Contas feitas e com base nos dados da ARCCLA, o destaque, de maiores exportadores de viaturas para Angola, vai para a China que entre Janeiro e Março, exportou 1.128 unidades, seguindo-se os Emirados Árabes Unidos com 612 viaturas, Bélgica 508 carros, Índia 403 veículos, África do Sul 110, Coreia do Sul 88, Indonésia 57, Japão 55, Brasil 53.

Em termos de maiores mercados de origem de viaturas, apenas a África do Sul registou um crescimento de 62% em 2024, para 110 carros, comparativamente ao período homólogo do ano passado.

De acordo com as fontes do Expansão, o crescimento das importações de viaturas do mercado sul-africano não preocupa os empresários do sector automóvel angolano, tendo em conta marginalidade registada nesta subida.

Manuel Amaral, o novo presidente da Associação dos Concessionários de Equipamentos de Transporte Rodoviário e Outros (ACETRO), garante que pode ser apenas uma encomenda, "porque olhando para os números vemos, no primeiro trimestre deste ano que foram importados, daquele país, apenas 110 viaturas, enquanto durante o período homólogo do ano passado apenas 68 carros foram comprados, por Angola, naquele mercado.

Segundo Manuel Amaral, a preocupação é de olhar para as quebras registadas, entre Janeiro e Março, nos mercados tradicionais e projectar o sector automóvel nacional. Para já, de acordo com os especialistas, esperam-se dias difíceis para as empresas do sector, tendo em conta os indicadores agora publicados pela ARRCLA.

João Tomás, da Angolauto, que não falava em nome da ACETRO, explicou que pode ser apenas uma questão da localização das fábricas, ou do mercado paralelo.

Entretanto, os dados publicados indicam que a geografia da importação de veículos mudou e que a China regressa à liderança dos maiores países exportadores de carros novos e usados para Angola, mesmo com a quebra 59% nas exportações de veículos para o País registada no primeiro trimestre. Apesar desta redução das exportações chineses de veículos para Angola, o "gigante asiático, passou para a primeira posição, destronando a Índia que no ano passado fechou na primeira posição, e afastou-se dos mercados tradicionais como os Emirados Árabes Unidos, Bélgica, Japão, Coreia do Sul e Portugal, que também registaram quebras nas suas exportações de viaturas para Angola.

Os empresários do mercado automóvel indicam que é um inicio de ano bastante difícil, depois do fim do período de cinco ciclos de recessões económicas consecutivas em 2021. Se por um lado, os empresários já se mostravam mais optimistas com a recuperação do preço do barril de petróleo no mercado internacional, a por outro, a realidade deste trimestre é completamente diferente.

"Estes indicadores mexem com a vida das empresas e vamos assistir a situações de despedimentos, porque as empresas não conseguem facturar e não estão a importar nos ritmos do ano passado", disse uma fonte.

Reconhece, que são várias as razões para este pessimismo dos concessionários de automóveis e empresas que importam e comercializam veículos novos e usados em Angola.

Uma delas, segundo a fonte, prende-se com o agravar das limitações financeiras, originada pela burocracia dos bancos que em muitos casos recusam-se a apoiar os empresários com os créditos. Já a outra razão e a não menos importante, tem a ver com a crise cambial.

Para este último facto apontado, muitos empresários queixam-se da queda do poder de compras dos angolanos e das incertezas à volta do desempenho da economia.

O Expansão apurou que estes dois factores estão a abrir caminho aos angolanos a importarem menos carros e a escolha de mercados como a China e a África do Sul para adquirir as viaturas, quer para comercializar ou para carros de uso familiar. Uma fonte da Daimic, diz que a crise cambial que atinge mais a classe média, que tem sido a que mais consume, fez arrefecer o mercado automóvel em Angola. Por outro lado, está também o crescimento do mercado paralelo que compete, cada vez mais, com o oficial.

Leia o artigo integral na edição 784 do Expansão, de sexta-feira, dia 12 de Julho de 2024, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)

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