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Lucros da banca comercial crescem 21% para 174,2 mil milhões Kz no I trimestre

BANCOS ABREM EXERCÍCIO ECONÓMICO DE 2023 COM RESULTADOS EM ALTA

Os resultados foram em parte influenciados pelo lucro do BAI que cresceu 110% para 85,6 mil milhões Kz, o campeão dos lucros, acumulando também o título de líder em activos. Se contabilizarmos os resultados do BPC, que passou de prejuízo para lucros no I trimestre, os resultados da banca mais do que duplicaram.

Os resultados líquidos de 20 dos 19 bancos comerciais que publicaram os balancetes do primeiro trimestre de 2023 cresceram 21% para 174,2 mil milhões Kz, com o BAI, BFA e Standard Bank Angola a liderarem lucros, de acordo com cálculos do Expansão. Contas do agregado não contabilizam o regresso aos lucros do BPC.

Estão ainda de fora mais dois bancos, nomeadamente o Económico e o Standard Chartered Bank Angola, que até esta quarta-feira, ainda não tinham publicado balancetes do primeiro trimestre de 2023 nas suas páginas da internet, contrariando assim a regulamentação do Banco Nacional de Angola (BNA), que manda que os balancetes em base individual e consolidado devem ser publicados até 45 dias após o término do trimestre.

Se contabilizarmos os resultados do BPC, que passou de prejuízos de 75,3 mil milhões Kz no primeiro trimestre de 2022 para lucros de 1,1 mil milhões Kz no primeiro trimestre deste ano, os resultados da banca em geral cresceram 154% para 175,3 mil milhões Kz, ou seja, mais do que duplicaram.

Apesar do crescimento do lucro do agregado, grande parte dos 20 bancos registou diminuição nos lucros. O BAI que viu o seu resultado líquido disparar 110% para 85,6 mil milhões Kz foi o que mais influenciou os resultados da banca. O banco liderado por Luís Lélis responde por metade do lucro do conjunto de bancos nos primeiros três meses do ano. Assim, o BAI eleva-se a líder dos lucros, deixando a segunda posição para o BFA que registou um resultado líquido de 34,3 mil milhões Kz. Segue-se o Standard Bank na terceira posição deste ranking, embora tenha reduzido em 19% os resultados no primeiro trimestre.

E há que acrescentar, que segundo o economista Mateus Maquiadi, o aumento dos lucros no primeiro trimestre foi principalmente causado pelo crescimento da rubrica aplicações junto dos bancos centrais. "As aplicações que os bancos fazem junto do BNA, mais especificamente a repos (acordos de recompra) ", disse.

No entanto, o BAI continua a liderar o ranking dos bancos com mais activos, depois de registar um crescimento de 11% no valor, passando de 2,9 biliões Kz para pouco mais de 3,2 biliões Kz. O BFA mantém-se na segunda posição, tendo registado um aumento de 10% para quase 2,8 biliões Kz. O BIC também se mantém no terceiro lugar neste ranking, mesmo com um pequeno aumento de 2% para 1,9 biliões Kz.

Ao todo, os activos dos 20 bancos que publicaram os seus balancetes cresceram 10%, passando de 15,2 biliões Kz para 16,7 biliões Kz. Apenas dois registaram perdas nos activo, o que mais perdeu foi o VTB África (- -22,4 mil milhões Kz), seguido do BNI (-26,7 mil milhões Kz).

Já o Keve foi o que mais cresceu em activos, o banco registou um crescimento de 108% para 630,6 mil milhões, ocupando a 10ª posição dos maiores em activos. Segue-se o YETU e o BCS, que registaram aumentos de 64% e 35%, respectivamente.

Mais investimento em dívida pública

O aumento dos activos deve-se, em parte, ao investimento dos bancos em títulos de dívida pública, que representa uma grande parte dos lucros dos da banca. Contas feitas, o conjunto de 20 bancos viu crescer em 17% o seu stock de títulos, passando de quase 5,1 biliões Kz para 5,9 biliões no primeiro trimestre deste ano face ao período homólogo. O BAI (1,5 biliões Kz), BFA (pouco mais de 1,0 biliões) e BPC (757,5 mil milhões Kz) lideram o ranking dos que mais detêm dívida pública na banca angolana.

Ainda dentro dos activos, o crédito continua a sua marcha de crescimento. No primeiro trimestre deste ano, o conjunto de 20 bancos registou um aumento de 21% no stock de crédito para quase 3,4 biliões Kz, mais 581,5 mil milhões do que os registados no mesmo período de 2021. Como de costume, o BIC continua a ser o líder deste ranking, com 662,5 mil milhões Kz, um crescimento de 12%. Segue-se o ATLANTICO com 465,8 mil milhões Kz e o BFA com 445,8 mil milhões Kz fecha o pódio . Por sua vez, os depósitos aumentaram 9%, passando de 11,6 biliões Kz para 12,6 biliões. Contas feitas, o rácio de transformação do conjunto de 20 vinte bancos é de 27%, um valor consideravelmente baixo face ao que acontece em economias mais desenvolvidas, o que demonstra que o crédito não é uma prioridade para a banca, ao contrário do que acontece com a dívida titulada.

(Leia o artigo integral na edição 727 do Expansão, desta sexta-feira, dia 2 de Junho de 2023, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)